A ARTE DE AMAR
POEMA:
O que une as pessoas não são a estética e o amor
Mas a carência afetiva e a pose de galanteio:
É o que tornam as pessoas mais bonitas e amorosas
Posto a prova que a fragilidade trás a pena
E a piedade o sentimento
Por isso quando carentes e abandonadas
As pessoas se apaixonam tão facilmente
Para depois ao nada serem abandonadas novamente
E no fim de tudo tarda finalmente
Todo amor de antigamente fatal ao sentimento
Sempre triste fadado à fidelidade tardia
Que de tão inocente sofre toda felicidade doentia
Por culpa de uma tarde fantasia em achar que a arte de sentir
É infinita como a dor da agonia
Infinita mesmo só a arte de tardar o pesar do peso da poesia
Que mesmo lida ao entardecer por um falso fraco carente
Iludindo a si seu sentimento com um passe de magia
Com maestria o poema chora novamente
Lágrimas da lamúria dilacerante
E vende sua própria pobre alma à falsidade da ironia
A paixão não passa de um impávido pássaro pousando na própria paranóia
A paixão não está além da paciência demente
Nem aquém!
Estou sempre disposto a enlouquecer e me ver além de mim
Embora me custe a morte do que fui para nascer um ser que não sou eu
Enfim, se eu vivo ao redor do meu sentimento ao alheio
É porque para mim eu não passo de um tormento
Um estúpido golpe do meu próprio devaneio
Eu que não sou tudo aquilo que fui; eu que fui tudo aquilo que sou
A culpa é sua por eu ser assim
Leigo na arte de amar; sou um lerdo que não sabe nada do amor
Afinal, o que será de mim?