E EU PENSEI QUE ERA AMOR...

Certo dia conheci uma pessoa pela qual me interessei. Mostrava-se inteligente, equilibrado, calmo, ponderado, atencioso, e o que era melhor: como eu moro sozinha, à noite conversávamos bastante ao telefone, e fui me apegando.

De repente, e muito de repente, por sinal, tudo foi mudando. Ele ligava para me falar de problemas, financeiro, de saúde física e mental, das tristezas que carregava do tempo da infância. Ligava por que estava sem sono, e eu, como quase toda mulher companheira, ficava a escutar para o alívio e desabafo de suas tristezas, para ele se sentir melhor.

E o tempo foi passando... Começou a vir em minha residência. É incrível como os homens são capazes de certas artimanhas para enganar uma mulher, ou fazê-la acreditar que ele quer compromisso. E começou a deixar roupas em minha casa...

Poucas vezes nos encontramos. Ele era portador de uma frieza afetiva imensa, mas também de uma capacidade de enganar da mesma magnitude.

Foi "entrando" em crises de depressão, não se alimentava, e fazia até mesmo os seus familiares crerem que ele estava sofrendo. O problema maior é que eu também acreditei no sofrimento dele, e além do dano afetivo e de saúde, veio também o dano financeiro.

A natureza da mulher é completamente diferente da do homem. A mulher cuida, se lança na busca do afeto, é sonhadora independente da idade, é atenciosa e pacificadora, quer resolver os seus problemas e os do seu companheiro e da prole. O homem é racional, egoísta, mais do que amor, parece que busca o sexo, os prazeres rápidos, a maior parte deles não consegue ser leal, fiel, são capazes de trair de diversas formas sem ao menos pensar no outro. É lógico que em todos os casos há exceção. A verdade é que HOMENS SÃO DE MARTE E MULHERES SÃO DE VÊNUS, HOMENS FAZEM SEXO E MULHERES FAZEM AMOR. Tantos títulos e obras já descreveram as diferenças inerentes a cada sexo, que seria inútil estar exemplificando mais e mais.

Voltando à minha experiência, eu sentia muito mais a falta da conversa do que a falta da presença física daquela pessoa. Uma companhia, mesmo que distante, faz muito bem à qualquer pessoa. Como disse Vinícius de Moraes: "Não há mal pior do que a tristeza, mesmo amor que não compensa é melhor que a solidão.".

Somos seres gregários, precisamos estar em contato com outros da mesma espécie, dialogar, criar vínculos, trocar experiências. Ao nos entregarmos ao ostracismo, estamos vivendo como mortos em vida. A vida clama por vida, por sonhos e por novos conhecimentos.

Posso dizer pela minha experiência, apesar dos 51 anos de vida, graças a Deus, repletos de altos e baixos, que sou feliz pois a felicidade é um bem interior, da alma, e vem da presença de Deus na minha vida. Mas não posso negar que sinto falta de companhia, de alguém para conversar, para ser cúmplice, para rirmos e chorarmos juntos, para termos estórias para contar no fim do dia, para me sentir completa. Não uma companhia da família, mas de alguém que queira ser parte de mim e que me queira como parte dele, fazer com que o sol fique mais radiante, que as estrelas emitam maior brilho e que a vida se abra de modo lento, belo e singelo como o desabrochar de um botão de rosa.

Não estou falando aqui em prazeres da carne, em sexo, embora eu não seja assexuada. Mas, o que mais importa para a minha vida, é alguém com quem eu possa alegrar-me como criança, e sonhar, envelhecer sonhando e acalentando um ao outro, até o dia em que Deus permitir.

TECA FLOR
Enviado por TECA FLOR em 19/10/2011
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