Anjos são escolhidos por acaso (?)
Em novembro do ano 1990 Júlia, 42 anos, foi internada na Ala de Queimados da Santa Casa de Santos, com queimaduras profundas em ambas as pernas e no baixo ventre. Usava meias finas quando o tacho que fritava salgadinhos, virou sobre ela.
Foi assim que ela conheceu a dor causada por queimaduras.
No quarto que ficou por cinco meses, estavam também quatro crianças.
Após as 19 horas não eram administrados remédios. Os pacientes deveriam dormir cedo, porém as crianças se agitavam entre dores e carências.
Júlia pra aliviá-las contava histórias, lhes ensinou relaxamentos e orações.
Um dia, Julia teve uma intuição: contou aos pequenos que as rosas são curativas.
As crianças conseguiram algumas com seus pais e Júlia as ensinou o que são e, para que servem os Florais. Disse-lhes que podem aliviar dores do corpo, ajudam a gente a esquecer as lembranças ruins e diminuem a saudade.
Para exemplificar tomou uma rosa branca, lavou-as bem, depositou três ou quatro pétalas em cada meio copo d’água filtrada, cobriu-os com gaze e colocou-os no parapeito da janela.
Combinaram que se alguém acordasse no meio da noite, com dor, medo ou ansiedade, poderia tomar a água do seu copo. Nessa noite todos foram dormir tranquilos.
No meio da madrugada, Ângela de cinco anos, acordou chorando com dores.
Evelyn de seis, levantou-se e lhe deu Floral de rosa branca.
Ângela sorriu, ficou quietinha e dormiu até o amanhecer.
Outras experiências foram feitas com sucesso.
Júlia ainda visita a Ala de Queimados e ensina a Terapia Floral adaptada por ela, faz relaxamentos e massagens nos pés e mãozinhas das crianças que internadas. Outro dia Ângela a surpreendeu ao aparecer para ajudá-la.