RECOMPENSA PARA QUEM ESCREVE NO RECANTO DAS LETRAS
Muito se tem dito sobre o prazer de escrever, parece simples dizer que o maior prazer é ser lido, ou expressar sentimentos, quem sabe talvez se comunicar, vários são os motivos, penso que assim como uma casa desabitada permanece vazia de alma, um livro que não é lido não existe no mundo real.
Percebo aqui no Recanto das Letras que alguns autores são bem lidos, outros nem tanto, a escolha é sua, porém existem algumas confrarias de Recantistas que são lidos entre si, nada contra por sinal, mas vivem a se elogiar até quando escrevem receita de bolo:
- Lindo, que bela poesia
- Que amor, você é sensacional
- Você escreve cada vez melhor
- Que beleza só você mesmo para escrever assim...
E por ai vão lendo uns aos outros e creio que satisfeitos com os falsos elogios e conversas de comadres. Não vejo praticamente nenhuma critica, nenhum reparo, nada a contestar, a discordar, não percebo elogios sinceros, parece mais uma reunião de comadres a tricotar comentando suas receitas de bolo.
Eu mesmo nas sandices que escrevo recebi pouquíssimas criticas e confesso que me fazem falta, dizer que gostou e participar de confrarias de comadres não me interessa. O que importa de verdade é a reação que você causa, escrevi um texto sobre obesidade “Salvem os gordos, direito de comer sem culpa’’ em que o personagem gordinho é fruto da minha imaginação mesclado com a realidade, para minha surpresa recebi um email de um conhecido repórter da Folha de São Paulo pedindo o contato do gordinho porque queria fazer uma entrevista com ele para ilustrar sua matéria sobre discriminação no mercado de trabalho. Este fato me deixou bastante feliz e recompensado, pois a minha estória alcançou outra plagas que não a confraria de comadres (e compadres também), fazendo alguém acreditar que meu personagem era real, isto realmente satisfaz qualquer escritor, por obvio esclareci ao amigo repórter a ficção do texto.
Escrevo esse texto para provocar, vamos tentar criticar construtivamente quem escreve bem ou mal e peço ao pessoal das confrarias que não me queiram mal.