A Triste Morte do Papagaio Dedo Duro

Tenho uma irmã que na adolescência foi muito namoradeira, mais que nós, as outras quatro. Minha mãe não dava sossego pra ela ou vice-versa.

Mamãe criava um papagaio que falava tudo, até o que não devia ser falado. Minha irmã sofria com a língua desse papagaio.

Chegava alguém a chamando, imediatamente ele dizia:

- Tem gente aí...í...í!

Mamãe colocava ela pra dentro.

Tinha um rapaz que insistidamente vinha atrás de minha irmã. Pegava cada sermão de minha mãe. Toda vez era expulso.

O papagaio não podia vê-lo chegar, gritava logo:

- O Evilásio! O Evilásio!

Um certo dia minha mãe resolveu deixar minha irmã namorar em casa, com o tal Evilásio. Só que antes colocou as regras: teriam que ficar na sala, não sairem de jeito nenhum e nada de beijos.

Evilásio mal encostava na minha irmã, o papagaio: - Tá beijando! Tá beijando!

E tome-lhe peia!

Uma manhã dessas, minha mãe acordou e começou a procurar o papagaio.

O que teria acontecido? Perguntava ela. Todos os dias ele já acordava pedindo café com pão.

Minha mãe quase morreu quando viu o papagaio afogado numa caixa dágua.

Adivinham quem matou o infeliz?

Gecildamaria
Enviado por Gecildamaria em 18/10/2011
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T3284066
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