Extremos

Existem momentos em que somos tão felizes que não cabemos em nós.

São momentos onde cada batida de nosso coração está em harmonia,

mesmo quando está acelerado de emoções..

E existem momentos, onde somos esvaziados e nos sentimos tão leves quanto um lenço de seda que, se solto ao vento, voa até sumir no infinito, rumo ao nada.

Nos sentimos vazios, fica apenas nosso contorno.

E para não sermos reduzidos a trapos humano, é preciso encontrar nossa essência e recuperar o que perdemos que é a paz. Só depois recuperamos o prazer pela vida e então saimos desse estado de morbidez.

A paz está entre o topo e o nada, ou seja é todo o conteúdo, todo o meio onde a presença do Criador preenche com o sopro da vida, com a beleza da natureza, das florestas, dos animais, dos rios e mares, da saúde que nos impulsiona para a maturidade e somos coroados com a maior das bençãos que é ver o brilho nos olhinhos de nossos filhos quando nos olham com carinho e total dependência ao nascer.

É também o ouvir o som de cada movimento da natureza, desde uma brisa que sopra uma folha até uma grande tempestade que rasga os céu e saber que são sinais de Deus manifestando que não se esquece de nós, que ora nos faz um carinho, ora nos repreende com amor.

Os extremos nos levam ao auge. Mas chegar ao topo nem sempre significa ter atingido a expressão de completude, como também sentir-se um nada não torna ninguém insignificante.

Esses são os dois únicos momentos onde achamos que estamos sozinhos.

Quando no topo, estamos tão bem que não precisamos de nada, e no nosso egoísmo não queremos compartilhar com ninguém, nem com Deus.

E no nada, precisamos de tudo, não temos ninguém e sentimos que Deus nos abandonou.

Esquecemos que em todos os demais momentos, tivemos e temos tudo e nunca ...estivemos sozinhos.

O que impede nossa alegria e agradecimento é nossa pura falta de amor.

É não ter disposição para olhar à nossa volta...é estender mais a mão, não para pedir... mas para levar carinho e curativos para muitas almas; levar uma palavra de conforto e voltar com a sabedoria dos simples; levar um cesto de pão e voltar alimentado pelo Espírito Santo.

Pois, quanto mais tirarmos de nós mesmos mais aumenta nossas posses no Cofre do Amor.