Virose

A escolinha ligou:

- Não se assusta, papai, mas sua filha está com febre.

Como assim "não se assusta?". Tarde demais! Largo a aula na metade, atravesso os sete mares, subo picos, atravesso florestas e dois ônibus depois, estou na porta da escolinha, abaforado e perguntando "cadê a minha filha?"

Lá vem Jureminha sorrindo. Nem doente, ela deixa de sorrir, melhor assim, mas corro para casa; minha mulher chega, os dois pré-ocupados, a neném parece bem, brinca, não chora, mais a febre não passa, 37, 38 e alguma coisa, só não pode chegar nos 39, diz todo mundo, fala a revista, informou o Google.

Levar ou não para o hospital?

Auri e eu discutimos. Ela quer levar, eu peço que ela espere, pois tenho medo de hospital, tanta história de bebê que chega no hospital com uma coisa e sai com duas. Ligamos para o pediatra, ele nos tranquiliza, deve ser virose.

Ahhhh...a tal da virose! Que nada mais é do que uma gripe forte, dá em tudo que é bebê, e faz com que muitos pais passem horas esperando atendimento no hospital, só para ouvir do médico " volta para casa e dê ao neném muito liquído e descanso". Esse conselho já dava a minha avó.

Cuidar de bebê é isso, nos convencemos, daí a Jureminha solta um grito, olhamos assustados, mais é mais um dos seus barulhos pré-sorriso.

Olho para a Auri, ela olha para mim e sorrimos um para o outro também; e seguimos assim, cuidando e nos pré-ocupando com a nossa filha agora e pelo resto das nossas vidas, amém!!!