Reflexão desta terça-feira - KKK, HEHEHE.

Por Carlos Sena

 



Frases soltas no Facebook, citações, fofocas, pensamentos, etc. Um diz sobre o que o outro falou. O que falou diz para o que não disse que não foi ele quem disse. Ou o que nada disse vai defender uma coisa que nunca foi ventilada. Ou o que foi ventilado foge da realidade concreta e às vezes nunca foi pensado por quem escreveu. Talvez seja um pouco disto as escritas postadas nas redes sociais - algumas sem sentido, outras com pouco valor literário.

O que me encafifa são os já manjados: hehehe, kkkkkk, ui... Etc. Diante de alguma escrita postada, logo vem os depoimentos em forma de kkkk; depois vem outra pessoa com um hehehe. Mais outra replica com hehehe/kkkk. Das duas uma: ou o mundo todo pirou ou a gente está entrando em crise não só de identidade, mas de CPF e de tudo que mais nos resta. Some-se a isto a linguagem atípica/doida de muitos jovens: “pois é, véio”. “Tá ligado?” “Novo”, “limpeza”. Ainda acrescente-se o internetês que, embora tendo algum sentido, seve bem mais para confundir os poucos jovens que ainda sabem ler razoavelmente e escrever sofrivelmente.


Nada contra, mas também muito menos tenho a favor. Só me pergunto: pra onde a gente quer chegar com esse tipo de verbalização? Só imagino como Sócrates, Platão, Sartre, Camões, Machado de Assis, Gilberto Freyre, Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Clarice Lispector e, mais recentemente o nosso Paulo Freire, dentre outros, diriam diante desses compêndios de sabedoria e filosofia que nos invade dentro na net e fora dela. Como não tenho as respostas, lembro uma música que começa assim: “eu vou gargalhar, qua, qua, qua, qua...” Hoje a gente escreveria assim: (?) Eu vou kkkk, qua, qua, qua, qua... Quem quiser que conte outra. Kkkkk, hehehe...