O Trabalho Enobrece
O trabalho enobrece, dignifica, realiza... Existem inúmeros jargões que enaltecem o exercício de trabalhar, mas será que eles tratam também sobre os trabalhadores informais? A resposta encontramos na sociedade, que criou a regra de que deve-se estar empregado para se conquistar, ou melhor, comprar o status de indivíduo realizado, ou seja: não. O que vale é estar empregado. O indivíduo que trabalha, mas que não é empregado, é bem visto somente nas propagandas eleitoreiras do governo, que os incluem nas estatísticas, mas são excluídos e mal vistos pelo meio social.
Esses infelizes jargões populares qualificam o empregado e marginalizam, muitas vezes, o trabalhador. Esses marginais, que podem ser chamados igualmente de batalhadores, não possuem carteira assinada, não possuem o status social de empregado e, portanto, são indignos e marginais. A batalha é a mesma para todos, mas injusta para uns. Batalhar enobrece, isso sim. E, mesmo que esteja empregado – graças a Deus – não significa que seja feliz. Como o que vale é “estar empregado”, muitas vezes nos sujeitamos a salários insuficientes e exercemos atividades desmotivadoras e, com isso, temos a obrigação de ser feliz.
Estar empregado é estar feliz pela ótica social, é estar feliz pelos olhos de quem nos enxerga; mas a verdadeira felicidade, a particular, é cumprir com seus objetivos, vencer seus desafios, ter uma vida social e amorosa satisfatória e, finalmente, trabalhar no emprego que lhe satisfaça.
Emprego não realiza sonhos, o sonho é estar empregado.