DE VOLTA PARA CASA

Quando o telefone tocou, eu havia acabado de entrar no banheiro.

Enrolei-me na toalha e sai correndo, tropeçando em tudo em minha frente.

Meu coração bateu acelerado ao ouvir a voz do outro lado que cantava para mim. “-Liguei só para dizer que eu te amo”... Com a voz ofegante acompanhei o refrão da música.

Enquanto eu ouvia do outro lado da linha uma voz contagiante que cantava para mim, a água derramava no chuveiro, meu corpo molhado pingava no chão da sala. Mimosa, a gatinha de estimação que dormia no sofá da sala, sonolenta balançou o rabo e voltou a dormir. O vento frio da manhã que entrava pela janela da sala, acariciava meu rosto e balançava levemente meus cabelos molhados. O perfume de jasmim vindo do quintal do vizinho exalava perfume na sala. Quando ele me falou que voltaria no dia seguinte, meu coração vibrou de emoção! E ao sair do banho fui arrumar tudo para esperar meu bem.

Preparei com carinho a sobremesa que ele tanto gostava, mudei o cenário do quarto, troquei os lençóis da cama, selecionei músicas e filmes, fiz coisas que há muito tempo eu não fazia e fui ao salão. Depois de estar com tudo pronto comecei a contar as horas. E fui dormir mais cedo para não ver passar o tempo, na penumbra do quarto, ao som das músicas que marcaram nossos momentos, adormeci!

Quando acordei já era dia!

Um sabiá cantou na janela, como se tivesse vindo me dizer que era hora de levantar e ir ao encontro de quem eu tanto amava.

Levantei às pressas, olhei as horas e sai em disparada ao encontro do meu amor.

Ao ver-me ele disse:

-Linda, linda!

Puxou-me para junto de si, abraçou-me e deu-me um beijo demorado.

Em seguida abraçou-me pela cintura e fomos em direção ao carro.

Durante o trajeto ele fez relatos da viagem, eu também relatei os fatos ocorridos comigo na sua ausência. Ao entrarmos em casa, eufórica mostrei cada detalhe de tudo que eu havia preparado. Calado ele aproximou-se da mesa na cozinha e almoçamos. Ele beliscou a sobremesa, comemos uma fatia de melancia e uma tangerina. Ao passarmos pela sala, ele olhou cuidadosamente o título dos filmes, fez um breve comentário, depois segurou em minhas mãos e fomos para o quarto.

Ao entrarmos,ele olhava tudo com ar de admiração.

E ao pé da cama, devagar, ele desabotoou minha blusa.

Depois deitou-me na cama e falou em meus ouvidos:

-Esperei duas semanas por este dia!

A porta do quarto trancada, as roupas espalhadas pelo chão, o vento abrindo a janela e uma réstia de sol bailando no lençol da cama enfeitaram o cenário para uma cena de amor.

ivonete soares de almeida
Enviado por ivonete soares de almeida em 17/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3282049
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