PALAVRAS TEMPERADAS...

Ontem comecei a escrever sobre o medo. Não conclui porque esse assunto não me deu muito entusiasmo. Hoje, porém, tentei melhorar o texto, não gosto de deixar as coisas no meio do caminho. Concluí, mas não publiquei, ainda não está na dosagem certa. Acho que falta alguma coisa. Está sem sal ou sem açúcar.

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Na verdade faltou tempero nas minhas palavras e hoje não quero ir dormir sem fazer meu prato predileto. Ontem minha tentativa foi em vão. Hoje tem que sair alguma coisa para não perder a prática. Ou até mesmo para não perder a freguesia. Quero fazer nem que seja um sanduíche de palavras ou uma salada de letrinhas. As letrinhas e as palavras vão se aglomerando, se juntando, se aninhando e quem sabe ganhe forma, um enredo. Que pode ser um samba ou uma valsa, mas que tenha compasso, um molejo.

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Vou picar os pedacinhos de saudades, vou regar com o azeite da paixão, vou lembrar das tuas palavras nunca mais ditas, mas que eu guardo aqui no coração. Vou fazer um prato de amor, amor que foi e que não passou, vou colocar no forno aquecido e deixar cozinhar bem de mansinho, curtindo minuto por minuto um tempo tão bom, que foi e nunca mais voltou.

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Pronto, consegui dá meu recadinho. Que pode ser considerado até uma sopa de letrinhas. Desta vez está bem apimentada e por isso mesmo não vai ficar guardada.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 17/10/2011
Reeditado em 18/04/2020
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