Agora É Nóis
Já faz um bom tempo que ensinar Língua Portuguesa no Brasil tornou-se tarefa das mais inglórias, afinal como o professor pode corrigir erros ortográficos ou gramaticais como os de concordância verbal e nominal quando a própria linguagem oral consagra formas como “ontem nóis foi no cinema”? No caso aqui analisado a forma correta é: ontem nós fomos ao cinema, no entanto, pouquíssimas pessoas a utilizam na língua falada dia a dia.
Alguns intelectuais no campo nebuloso da educação sustentam que desde que a pessoa saiba escrever de acordo com a norma culta, o fato de falar errado não tem lá muita relevância. A justificativa para isso seria o tal dinamismo da língua oral. Todavia, o que se tem observado na prática é que indivíduos que falam mal escrevem também mal na mesma proporção. Os vícios da linguagem oral tendem a ser transferidos para a linguagem escrita. Portanto, fica fácil entender a influência que o falar corretamente exerce sobre a escrita.
Ninguém está dizendo que temos de punir a criança ou mesmo o adulto que diz “hoje nóis vai joga bola”. Mas penso que pelo menos na escola a forma culta deve continuar sendo incentivada tanto no falar quanto no ato de escrever.
Assim a escola por meio do professor tem a obrigação de ensinar a forma e as normas cultas cabendo ao mesmo dar o exemplo dirigindo-se aos alunos da maneira como foi ensinado _ dentro de uma linguagem culta mediana _ é óbvio.
Felizmente os professores de Língua Portuguesa que conheço falam direitinho. Felizmente eles ainda não aboliram a gramática, como querem alguns, porque consideram que corrigir não é humilhar. Corrigir faz parte do processo educativo e educar é proporcionar melhores oportunidades de crescimento às pessoas.
Agora é nóis. Ops, nada disso: agora somos nós.