DOMINGO



 
 
Telefone gritou um som de exigência, urgência, sei lá.
Estava em profundo sono e dele não acordei, mas a consciência foi meio invadida percebendo aquele som impertinente do repouso, do bom.
O sono prevaleceu. Quem ligou o fez na hora errada.
O bom foi cutucado e deu espaço para expandir em revolta. É meio destruidor despertar assim.
Levantei movida pelo aborrecimento inevitável, e os pensamentos odientos se soltaram.
Mas...
Um Tintim vem à grade de ferro da porta da varanda e olha para mim. Pula para outra posição e mete a cabecinha na minha direção como se um diálogo fosse.
Aí comecei o dia.
E entendi que há personagens na vida que fazem toda a diferença.
A doçura me invadiu e forças nasceram em meus movimentos: fui preparar aguinha fresca para ele e toda a sua turma.
Coração sanado, o amor faz começar o domingo.
 
Palavras: 150 - 16/10/2011