TELEFONE SEM FIO

 

 

Lembro da primeira vez que usei um telefone sem fio. Com a cara na janela,  liguei para meu irmão que morava ao lado. Ele atendeu e falando comigo foi para a calçada. Ficamos feito bobos olhando um para o outro, dando risada, eu lá do quinto andar e ele ali embaixo na rua. Não tínhamos nada de sério para conversar, era só para experimentar, ver se aquela mágica funcionava mesmo... Para os jovens de hoje devíamos parecer dois adultos idiotas. Garanto que não éramos e nem faz tanto tempo assim...

 

Naquele dia pensei nos telefonemas ao Papai Noel que uma grande loja proporcionava às crianças. Aguardávamos em fila para entrar numa cabine (um cantinho parecido com um provador de roupas) onde havia um aparelho daqueles pretos. Ao levantar o fone ouvíamos sua voz bondosa perguntando que presentes gostaríamos de receber no Natal. A emoção era tão grande que mal conseguíamos falar. Eu ficava atrapalhada e até me esquecia de certos pedidos... Imaginava que num futuro longínquo talvez pudéssemos vê-lo também durante aquela conversa. Seria tão bom!

 

Será que atualmente crianças falam com ele pela webcam?