O CÃO

 
 
“Eu tinha um cão
Chamava-se Veludo
Era alegre, amigo e são
Numa palavra, tudo.”

 
Pela primeira vez que li esta poesia, foi quando aprendi a ler.
E, desde então, amei Veludo. E todos os “veludos” da vida.
 
Hoje tenho Fidel de dez anos, que foi agredido com ferocidade, perfurado seu peito, pulmão, artérias, tudo.

Após um ou mais dias foi encontrado com vida, já com bicheiras na orla das orelhas, coberto de sangue negro e seco, e desfalecido.
Foi socorrido, operado e internado com soro e acompanhamento especializado.

Passados dias, repensei a vida. Tenho três gatas que amo e ternura. O encanto delas me afastou de Fidel, ele ali, a segurança e fiel.
Na espera desses dias se ele salva ou não salva, se ele viverá...
Tudo que eu priorizava tomou o seu devido.o lugar.

E o meu coração gritou mais alto, quem mais amo é Fidel, ele é o meu Veludo. Tenho que deixar o Rio e ficar com Fidel e dele cuidar.
 
Eu tenho um cão Fidel
Não é chamado Veludo
Mas é igual e fiel,
Numa palavra tudo.