ERA O ANO DE 1989...
...Nunca me esquecerei daquele rosto cansado e bonito que ela trazia. Vinha em seu fusquinha amarelo de uma cidade chamada Indaiatuba, que depois de muitos anos visitei para poder admirar tanto quanto ela admirava. Fazia questão de esperá-la no portão de acesso ás salas de aula. Era em mim um orgulho de ajudá-la levar seus livros, seus cadernos (por mais pesados que fossem). Seus olhos cansados de dirigir na longa estrada vinham delineados e coloridos na perfeita maquiagem. E por mais que o tempo lhe pesasse, nunca ela nos demonstrava, sempre disfarçava em alegria, força e amor no ofício.
Assim era a professora Maura da primeira série A.
Ensinou-me o gosto da leitura e a formula mágica e secreta do poder da imaginação. Mostrou-me que apesar do mundo ser maior que meu quarto, se desenho em uma folha de papel manteiga, posso segurá-lo em minhas mãos. Comigo desvendou os mistérios da contagem dos dedos matemáticos somando sonhos, subtraindo decepções, multiplicando amizades e dividindo sorrisos.
De enorme sabedoria, cativava-nos como seus “auxiliares do dia”. Eu adorava apagar a lousa, distribuir as atividades mimiografadas, carimbar os cadernos dos amiguinhos sujando os dedos de tinta azul (muitas vezes eu dormia com dedos pintados da tinta da carimbeira). E tem mais: o auxiliar do dia ganhava um prêmio... um saquinho cheio de cotocos de gizes brancos e coloridos.
Nunca vi a Dona Maura chorar ou se lamentar da vida, era feliz “como a vida lhe ensinou a ser”, apenas percebi uma lágrima rolar em seu rosto quando no final do ano me abraçou e eu lhe disse:
— Quando crescer quero ser um professor para ser igual a você!
Eis que o destino me fez, não sou ainda como a Dona Maura a quem tenho ainda muito a aprender. Mas cabe a mim, fazer sorrir a cada pequeno que por mim passar e nunca perder aquela alegria do menino que ajudava a professora e que hoje também pode ser chamado de professor. Pois eu sei que dentro desse professor que hoje é adulto, ainda vive o pequeno menino ao lado do sorriso da doce Dona Maura, professora da primeira série A.
PARABÉNS A TODOS NÓS PROFESSORES.
S.P. 15/10/2011
...Nunca me esquecerei daquele rosto cansado e bonito que ela trazia. Vinha em seu fusquinha amarelo de uma cidade chamada Indaiatuba, que depois de muitos anos visitei para poder admirar tanto quanto ela admirava. Fazia questão de esperá-la no portão de acesso ás salas de aula. Era em mim um orgulho de ajudá-la levar seus livros, seus cadernos (por mais pesados que fossem). Seus olhos cansados de dirigir na longa estrada vinham delineados e coloridos na perfeita maquiagem. E por mais que o tempo lhe pesasse, nunca ela nos demonstrava, sempre disfarçava em alegria, força e amor no ofício.
Assim era a professora Maura da primeira série A.
Ensinou-me o gosto da leitura e a formula mágica e secreta do poder da imaginação. Mostrou-me que apesar do mundo ser maior que meu quarto, se desenho em uma folha de papel manteiga, posso segurá-lo em minhas mãos. Comigo desvendou os mistérios da contagem dos dedos matemáticos somando sonhos, subtraindo decepções, multiplicando amizades e dividindo sorrisos.
De enorme sabedoria, cativava-nos como seus “auxiliares do dia”. Eu adorava apagar a lousa, distribuir as atividades mimiografadas, carimbar os cadernos dos amiguinhos sujando os dedos de tinta azul (muitas vezes eu dormia com dedos pintados da tinta da carimbeira). E tem mais: o auxiliar do dia ganhava um prêmio... um saquinho cheio de cotocos de gizes brancos e coloridos.
Nunca vi a Dona Maura chorar ou se lamentar da vida, era feliz “como a vida lhe ensinou a ser”, apenas percebi uma lágrima rolar em seu rosto quando no final do ano me abraçou e eu lhe disse:
— Quando crescer quero ser um professor para ser igual a você!
Eis que o destino me fez, não sou ainda como a Dona Maura a quem tenho ainda muito a aprender. Mas cabe a mim, fazer sorrir a cada pequeno que por mim passar e nunca perder aquela alegria do menino que ajudava a professora e que hoje também pode ser chamado de professor. Pois eu sei que dentro desse professor que hoje é adulto, ainda vive o pequeno menino ao lado do sorriso da doce Dona Maura, professora da primeira série A.
PARABÉNS A TODOS NÓS PROFESSORES.
S.P. 15/10/2011