Crônica de 12 de outubro (V). A reluzente imagem de Tóquio e o meu imaginário...
Crônica de 12 de outubro (V) - a reluzente imagem de Tóquio e o meu imaginário...
Ainda é manhã – um programa qualquer na televisão. A repórter está em Tóquio. A limpa, bela e cosmopolita Tóquio. Vendo tudo o que há para apreciar pelas ruas da cidade, parece, num primeiro momento, difícil entender ou apreender a realidade que é a capital do Japão. Mas, o caso é que Tóquio, na sua multifacetada imagem é que parece ainda curiosa e decida a entender e apreender todo o mundo ocidental, mesmo que isto pareça se processar pelas manifestações mais mundanas. Não é.
Os japoneses foram de uma sabedoria admirável e corajosa na modernização de seu país, aproximando-o do ocidente, ao mesmo tempo em que preservavam sua cultura, absorvendo o que lhes parecia capital para a sobrevivência e desenvolvimento, num concerto que estabilizou politicamente o país, e depois, e lhes trouxe imensa riqueza e interpenetração com a economia mundial.
Após dura prova, seu povo, acostumado historicamente às intempéries e sacrifícios, não se mostra disposto a perder a estabilidade duramente conquistada, nem pensa – e age, para restabelecer a economia e o país.
Tóquio fervilha reluzente. Uma onda de energia de alegria criativa e laboral parece envolvê-la, dia e noite, e todo aquele movimento frenético parece ser exatamente o reflexo do ânimo do povo da cidade e do país. As pessoas que caminham rapidamente pelas ruas não parecem entender perfeitamente que a cidade está sincronizada com o futuro planetário.
O culto ao passado e antepassados permanece. Mas, ao contrário de muitas outras nações – cujo destino parece mais e, mais, se associar ao ódio aos ocidentais e isolacionismo político e cultural, não tem dúvida de seu destino, quanto ao seu papel edificante na integração cultural do mundo.
Se me perguntassem hoje que cidade gostaria de conhecer hoje, eu responderia sem pestanejar: “Tóquio!”. O meu desejo, é ver de perto a cidade que resultou de um decreto que a arremessou para o futuro e o progresso, - sendo destes uma de suas mais acabadas formas. E eu gostaria de ver o futuro – eu quero conhecer Tóquio, que se ergueu sobre a região pantanosa onde existia a lendária Edo! Ela, sim, é a expressão do mundo contemporâneo...