O lado B
O lado B
Saudades... No meu tempo existiam as “Victrolas” ou” Toca-discos”, a marca Garrad (sonho de consumo) era a melhor, e vinham as agulhas, as caixas de som, tudo grande, complicado, mas delicioso som. Quem nunca varou a noite chorando suas mágoas ao lado de sua Radiola, curtindo uma dor de corno? E as festinhas adolescentes nas garagens? Som alto e luz estrobocópica ??? Era o bicho!
Saudades... Sou do tempo em que tudo dependia de um manual de instrução ou de um “amigo esperto”, era bom tentar entender os eletrônicos, sofrido também... Importados com o manual em inglês, complicava... Eu não sabia a língua dos “Rolling Stones” e ficava no” I can get no...” Montava os monstrinhos elétricos na tentativa, acabava dando certo ou errado, MAS sempre vinha um amigo e resolvia o imbróglio de fios e buracos, um final feliz.
Saudades... A vida tinha seu lado A (previsível) e o lado B (alternativo) fui educado pelos discos, LPs, Compact disc. Aprendi a dualidade do mundo e fiquei esperto. Que chato hoje um Pen-drive com 600 músicas... Horrível tudo fácil, pequeno, auto-explicativo, ali na minha ignorância tecnológica, sem o outro lado. Adorava comprar um disco e terminar o lado A achando uma bosta e ao virar o lado B que era uma maravilha, salvava o bolso e limpava a alma. Tudo tinha um lado B, minha namorada era chata, mas a prima era um sonho. Não deu Sol e a opção do vôlei na chuva existia. Tinha os Beatles e também os Rolling Stones, sacou? Lado B, opção e solução. No sexo então...
Hoje é só saudade do lado B, meu filho vai ter saudades do iphone... Fazer o quê?