GOZO INTENSO, DISTÚRBIO SAGRADO

Qualquer prazer, mesmo os do delírio, de pular de paraquedas preso pelo pescoço.

Decorar as apologias de Nietzsche e de Crowley.

Nadar nu num lago glacial.

Depilar as axilas para se livrar da pediculose.

Correr pelo Ibirapuera na hora do rush.

Subir o Vidigal sem pagar pedágio.

Tragar a erva sagrada.

Sou rasta, sou libertário, sou rasta, não sei se ser rasta basta.

O amor é uma coisa que parte ao meio, afunda até tocar o cérebro e causa um estado de incontinência. Só não é tão bom porque suja os pentelhos.

A guerra difunde odores, orgasmos interrompidos e secreções de todas as naturezas. Os belicistas gozam sem ereção.

Nietzsche não subestimou a morte, Crowley não banalizou a vida, nem os prazeres. Os dois fizeram da mortalha o babydoll para introduzir fantasias e gozarem com a infelicidade das criaturas que preferem beber coca-cola e comer big-mac a passar uma noite vislumbrando um Streep-tease no céu estrelado do deserto chileno.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 13/10/2011
Código do texto: T3275119
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