GOZO INTENSO, DISTÚRBIO SAGRADO
Qualquer prazer, mesmo os do delírio, de pular de paraquedas preso pelo pescoço.
Decorar as apologias de Nietzsche e de Crowley.
Nadar nu num lago glacial.
Depilar as axilas para se livrar da pediculose.
Correr pelo Ibirapuera na hora do rush.
Subir o Vidigal sem pagar pedágio.
Tragar a erva sagrada.
Sou rasta, sou libertário, sou rasta, não sei se ser rasta basta.
O amor é uma coisa que parte ao meio, afunda até tocar o cérebro e causa um estado de incontinência. Só não é tão bom porque suja os pentelhos.
A guerra difunde odores, orgasmos interrompidos e secreções de todas as naturezas. Os belicistas gozam sem ereção.
Nietzsche não subestimou a morte, Crowley não banalizou a vida, nem os prazeres. Os dois fizeram da mortalha o babydoll para introduzir fantasias e gozarem com a infelicidade das criaturas que preferem beber coca-cola e comer big-mac a passar uma noite vislumbrando um Streep-tease no céu estrelado do deserto chileno.