LINGUAGEM RADIALÍSTICA

LINGUAGEM RADIALÍSTICA

“Dê asas a sua imaginação pondo para funcionar o seu potencial em criar e em encontrar soluções”. Saía da superfície, voe o mais alto que puder em busca do progresso. Você possui uma capacidade notável de criação. Use-a. “(Valdemir Barbosa)”.

A Comunicação Social, em seus diversos setores têm sofrido agressões impiedosas de profissionais despreparados que atuam na mídia, em especial na radiodifusão. Podemos afirmar com certa convicção, que existem muitos patetas inseridos, tanto na mídia escrita, falada e televisada. Os programas de rádio em tempos de outrora, nos parece que a qualificação programática se sobressaía sobre os de hoje, mesmo com o avanço da tecnologia. O avanço da tecnologia é benéfico para qualquer setor, mas é necessário que os profissionais acompanhem o avanço tecnológico, e que usem a língua-mãe sem distorcer as nuanças da gramática, e de um português correto, sem o uso indiscriminado de expressões que ferem a ética jornalista.

Já estamos com os ouvidos cansados, estressados e com a sensibilidade desgastada, principalmente quando em determinados programas ouvimos expressões inadequadas para quem almeja uma programação radiofônica de qualidade, e que a ética esteja sempre presente. É comum ouvirmos as seguintes aberrações: “mudando de pau para cacete”, “aí dentro”, “precheca”, “trozoba”, “arapangú”, “baitinga”, “filho de uma égua”, “lobreu”, “minha filha seu precheca está cabeluda, ou raspadinha”, “filho de uma puta”, “cagando”, “peidando”, (desculpe-nos a colocação das expressões) e inúmeras baboseiras que nem é bom citar. O rádio é cultura, mas alguns “profissionais” na ânsia de angariar audiência usam palavras e expressões de baixo-calão e duplo sentindo para aparecer, e ainda vêm com desculpas esfarrapadas de que o povão gosta.

O que foi grifado por nós é o mínimo que podemos exemplificar, visto que se fossemos inserir mais expressões, com certeza formaríamos um dicionário pornofônico para o rádio. Analisando o Código de Ética do Radialista, separamos algumas nuanças importantes para citarmos em nossa matéria. “todos os que se dedicam eventual ou permanentemente à Radiodifusão e Televisão devem obrigatoriamente obedecer este Código”. A missão do Radialista é transmitir, mostrar e divulgar a coletividade os fatos que possam de qualquer maneira interessá-lo tanto na parte informativa como de lazer.

O Radialista deve ser imparcial, deve lutar pela liberdade de pensamento, de expressão e pelo livre exercício da profissão, deve defender a soberania nacional em seus aspectos políticos, econômico e social, deve valorizar honrar, e dignificar a profissão, não deve aceitar oferta de trabalho a preço vil, ser desleal ter prevenção contra companheiros, ser covarde no exercício de sua função, ser submisso à força que distorçam a verdade, o uso do poder de divulgação para atender a interesses escusos e contrários aos da comunidade, pois são atos condenáveis.

Deve se esforçar para aprimorar seus conhecimentos técnico-profissionais, sua cultura e sua formação moral. Nas relações entre seus colegas, o profissional de Rádio e Televisão pautará sua conduta pela estrita observância da definição, normas e recomendações relativas à Ética da profissão, restringindo sua atividade profissional no setor de sua escolha, assim elevando, pelo respeito mútuo, pela lealdade e pela nobreza de atitude o nível de sua profissão no País. O plágio ou simples imitação de outro profissional em programas de Rádio e Televisão é prática condenável. É de bom alvitre frisar que o rádio cearense possui profissionais da mais alta qualidade, mas alguns se embrenham na pornografia e na pornofonia explícita, usando palavrões e vinhetas indecorosas para chamar a atenção dos neófitos em ética profissional.

O pior de tudo é que a direção da emissora (as) não toma nenhuma providência, bem como estranhamos o silêncio do Sindicato nesses casos escabrosos. Outro fator que nos choca de maneira agressiva e prejudicial, é que o rádio virou comércio. Estão vendendo horários a preço de ouro, e os intrusos surgem em profusão. Indagamos aos órgãos que controlam a radiodifusão no Brasil, para que serve a Carteira do Trabalho? Se para conseguirmos exercer nossa digna profissão temos que lançar mão de nossos bolsos já combalidos.

Seria justa tão atitude? Queríamos que a Anatel analisasse com carinho essas nuanças. As rádios AMs, e muitas FMs estão nas mãos de religiosos, e a overdose religiosa sobressai. Se a situação perdurar dentre pouco tempo a única opção para os ouvintes de rádio será programas religiosos. A infestação de pretensos radialistas nas emissoras de rádio é algo de imoral, e que merece averiguação, principalmente no que tange aos horários vendidos para as torcidas organizadas de clubes de futebol.

Nas rádios comunitárias, a participação é essência mesma de todo o projeto da emissora. O mais importante é não confundir projetos de pessoas ou de pequenos grupos com interesses muito restritos, com projetos de canais comunitários que resultam de toda uma luta de lideranças e entidades legitimamente envolvidas na busca de transformação da realidade, de melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros excluídos. Mesmo estando à disposição da comunidade, é difícil encontrar uma emissora comunitária legalizada que atenda aos anseios da população, pois a interação não existe.

Vemos com certa tristeza, e preocupação a destinação do rádio aqui na terra alencarina, pois muita coisa precisa ser mudada. Uma grande rede de radidifusão repete nos seus jornais a mesma notícia várias vezes, deixando transparecer que são notícias gravadas e colocadas no horário destinado aos noticiosos. No setor musical é uma parafernália, pois a predominância das músicas de duplo sentido é algo fora do comum. Existem as emissoras que rodam na programação músicas totalmente pornográficas. Sabemos que dentro da realidade do rádio brasileiro, muitos profissionais escrevem textos partindo de informações que apuram. Muitas informações são apenas organizadas em esquema e apresentadas de improviso. A redação jornalística nesse caso está sendo jogada para escanteio. Rádio é cultura, sendo assim os profissionais que trabalham no setor precisam de um aprendizado cultural, de uma reciclagem permanente, entretanto eles trocam a cultura pela fofoca. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA AOUVIRCE- DA AVSPE- DA UBTO E DA ACE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 13/10/2011
Reeditado em 13/10/2011
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