O estresse no Trânsito

Eu estava acordado e acordei sobressaltado

Estava sem o meu pijama de bolinhas amarelas

Estranho como dormimos acordados

Com os sonhos de um azul intenso

Algo me dizia para abrir os meus olhos

E me deparei repentinamente

Não sei vindo de onde

Com as cores avermelhadas de um ônibus circular

A apenas cinco cm dos meus pés

Acredito que foi um pisca amarelo lá de cima

Ou a buzina aqui debaixo do meu nariz

Um motorista pálido e nervoso esbravejava ao volante

Não sei de que planetas vieram estes seres estressados

Olhos esbugalhados, baba pela boca e falando palavrões

O trânsito não é mais aquele caminho rápido e gostoso entre os endereços

É um vai-e-vem de almas penadas a procura de um algum sentido

Abandonam a paz de suas casas e passam o dia com a alma em fogo

Com o pé no fundo parecem querer afundar as suas desgraças

Nem quando param no semáforo se acalmam

Com pequenas acelerações

Som ao máximo aumentam a poluição sonora

Devem acreditar que todos dançam as suas músicas

Ficam eretos com as suas emoções

Além dos carros pela esquerda

Temos as motos pela direita

Abrir uma porta de carro pode ser a porta de entrada pro cemitério

Tem a fumaça do escape que esconde a próxima curva

E a fumaça do baseado na qual se baseia o motorista terminal

E tem a propaganda do governo que vale para todos nós...

Não encha a cara, mas se o fizer não faça o teste do bafômetro

Você tem os seus direitos... Os familiares do cadáver não

E se matar alguém mesmo no trânsito

Não se preocupe... Pague algumas cestas básicas

(tem algumas em promoção)

... E volte às emoções...

Robertson
Enviado por Robertson em 12/10/2011
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