O estresse no Trânsito
Eu estava acordado e acordei sobressaltado
Estava sem o meu pijama de bolinhas amarelas
Estranho como dormimos acordados
Com os sonhos de um azul intenso
Algo me dizia para abrir os meus olhos
E me deparei repentinamente
Não sei vindo de onde
Com as cores avermelhadas de um ônibus circular
A apenas cinco cm dos meus pés
Acredito que foi um pisca amarelo lá de cima
Ou a buzina aqui debaixo do meu nariz
Um motorista pálido e nervoso esbravejava ao volante
Não sei de que planetas vieram estes seres estressados
Olhos esbugalhados, baba pela boca e falando palavrões
O trânsito não é mais aquele caminho rápido e gostoso entre os endereços
É um vai-e-vem de almas penadas a procura de um algum sentido
Abandonam a paz de suas casas e passam o dia com a alma em fogo
Com o pé no fundo parecem querer afundar as suas desgraças
Nem quando param no semáforo se acalmam
Com pequenas acelerações
Som ao máximo aumentam a poluição sonora
Devem acreditar que todos dançam as suas músicas
Ficam eretos com as suas emoções
Além dos carros pela esquerda
Temos as motos pela direita
Abrir uma porta de carro pode ser a porta de entrada pro cemitério
Tem a fumaça do escape que esconde a próxima curva
E a fumaça do baseado na qual se baseia o motorista terminal
E tem a propaganda do governo que vale para todos nós...
Não encha a cara, mas se o fizer não faça o teste do bafômetro
Você tem os seus direitos... Os familiares do cadáver não
E se matar alguém mesmo no trânsito
Não se preocupe... Pague algumas cestas básicas
(tem algumas em promoção)
... E volte às emoções...