INCONSCIÊNCIA.

A natureza humana, primeva, estágio do inconsciente conscientizado pela ciência não muito clarificada, compreensível pelas limitações e fragilidades dos humanos, com barreiras intransponíveis, é, contudo, determinada e conscienciosa, mas esbarra no tempo, inexplicável seus contornos, latitude e longitude de seus alcances...enígma sempre.

Um certo inconsciente coletivo junguiano celebra essa infinitude.... Regressemos ao hominídeo que existiu faz vinte milhões de anos, surgido na Africa, mais precisamente no Quênia. Gire-se a roda do tempo, e pasme-se, vinte milhões de anos.....

Chegou aos presentes dias, pensando largamente, o avançado hominídeo, mas ainda inconsciente de consciência precisa. Há um grande acervo do pensamento, de alguma forma trazido até aqui, com dificuldades, atravessando da África até a Asia em milênios essas conquistas.

Um precioso armário do pensamento, como gosto de exemplificar para os jovens estudantes o que é o direito, um gigantesco armário onde estão guardadas nossas liberdades limitadas em razão do convívio, que quando violadas ou ameaçadas, abre-se uma das gavetinhas onde estão guardados os direitos e os colocamos em virtual estado de defesa.

O hominídeo foi assim, ainda que mal dominasse o fogo datam alguns milhares de anos, construiu direitos, em suma, sua sobrevivência, para viverem melhores seus seguimentos de espécie, nós.

O cérebro, nosso cérebro, cresceu 300 gramas, seria pela ingestão da carne, em princípio, carne tão condenada hoje, e o fogo era levado em galhos para que não se extinguisse, até dominar o homem a habilidade de fazê-lo surgir quando quisesse, antes captado quando raios incendiavam matas.

E temos Cristo, nossa referência da Lei Moral, surgido datam só dois mil anos, ensinando a feitura do bem, e pouco se conseguiu.

Vinte mil anos antes de Cristo os mares eram muito mais baixos, mas continentes já estavam submersos, e eles continuam subindo; credita-se ao aquecimento global, pela interferência do homem, mas ninguém percebe, ou não quer, melhor interpretação, de que os interesses corporativos e de lucros assim querem e entendem, mas o tempo caminha....implacável para migalhas do conhecimento como da breve interferência humana, atual e episódica no universo gigantesco e desmedido do TEMPO.

Há uma lei do tempo em que o arbítrio do homem resulta risível diante da equação do próprio tempo, das suas forçosas mudanças, uma inconsciência daqueles que se julgam conscientes.

O tempo não volta, suas grandes passadas, pouco registradas, ensinam pouco, e alguns percebem o cenário fugaz, as personagens que marcaram e, em pouco TEMPO, não serão mais conhecidas.

Os etruscos, que entraram na Itália e construiram o maior manancial de cultura, onde nasceu a renascença, trouxeram o quê de bom para o homem? Está alí em digressão temporal, bem próximo de nós, basta ter consciência do conhecimento, logo alí, em Fiesole por exemplo, porta de entrada de Florença, cidade magnânima em criatividade.

Lá está consciência da beleza que o homem construiu, o sucessor do hominídeo. E a inconsciência desse patamar de chegada é grande, e o tempo dissolve..

Mas é bom que se saiba que grandes avanços não terão pilares fortes como já tivemos. Ninguém conhecerá de novo um Bernini, um Donantello, um Michelangelo, um Giotto, Dante ou Maquiavel, Buda ou Confúcio.

A inconsciência trouxe um véu forte para eras novas, onde de Macluhan até nossos dias, pela eletricidade, estão todos conectados, mais aproximados, mas muito mais isolados, é um estado de INCONSCIÊNCIA.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/10/2011
Reeditado em 16/10/2011
Código do texto: T3272578
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