Sobre o Dia das Crianças

Hoje é dia 12 de outubro, é Dia das Crianças.

Dá até vontade voltar a ser uma. Engana-se quem pensa que é para ganhar presentes.

Na verdade, dá vontade de voltar à infância mesmo. Um pouco de nostalgia? Muita.

Sei lá, dá saudade daquela pureza. E também, vontade de comer um monte de algodão doce, um de cada cor. Vontade de brincar o dia todo na rua, voltar com os pés pretos pra casa... às vezes, podem ser as meias, as mãos e o corpo todo sujo de tanto brincar. Vontade de ficar na calçada por horas, contando piadas bobas e achando a maior graça.

Quando você é criança, você pode ser curioso. Por que o céu é azul? Por que eu chamo meu nome? Por que animais não falam? Como podemos ter certeza de que quem descobriu o Brasil foi Cabral? Por que a gente ri quando está feliz? E tantos outros porquês que não soam bobos quando se é criança. Vontade de poder chorar, sem ninguém achar infantil, afinal você é uma criança, então você pode ser sensível.

Infância lembra cheiro de jabuticaba, lembra picolé derretendo na roupa, lembra bolinhos de chuva da vovó – que só podiam ser feitos em dias chuvosos, é claro.

Infância lembra a felicidade em fazer um simples piquenique no parque. Lembra acampamento. Lembrar ir pra praia e virar uma coxinha de tanto rolar na areia.

Pode até parecer Síndrome de Peter Pan, mas não é. É que ser criança é uma das melhores coisas do mundo.

Quando se é criança, você não vê a maldade que há no mundo, nem se preocupa com a violência que existe lá fora, você nem se dá conta que ela existe. Você apenas fica triste quando vê uma criança pedindo dinheiro no semáforo, mas não entende o que fazem lá. ‘Cadê os pais dela, mãe?’ – Mas logo você esquece.

Infância lembra brincar de esconde-esconde e correr na rua, até alguém te chamar pra você ir comer – coisa que você faz em 5 minutos, só pra poder voltar a brincar.

Que saudade daquele tempo em que as maiores preocupações eram se havia feito a tarefa de colar palavras começadas com vogais, recortadas de revistas, no caderno para o dia seguinte ou perder um episódio de Chiquititas – isso era inadmissível!

Saudade desse tempo em que as escolhas mais difíceis que fazia eram decidir entre brincar de Barbie ou pular corda.

Infância lembra assistir Tv Cultura uma tarde toda e depois sair contando pras pessoas o que aprendi com o Tíbio e o Perônio, ou com alguma curiosidade das histórias da Morgana.

Infância lembra o sonho de dormir em uma loja de brinquedos, só pra poder brincar com todos e depois ir embora.

Lembra o sonho de ser veterinária, de lidar com animais, porque aquilo sim você sabe que é sua paixão, é com eles que seus olhos brilham e é a profissão que você sabia que seria realizada em seguir.

Infância lembra imaginação, que por sinal, não tinha limites. Nos sonhos, tudo era possível, tudo era alcançável.

Infância lembra fazer graça, dar risada, cantar, pular, dançar e fazer qualquer outra coisa, sem se importar com o que as outras pessoas pensam de você. É ser feliz.

Que criança se olha no espelho e diz que está isso ou aquilo? Que criança se importa com a marca da roupa? Sempre estão contentes com o que tem.

Quando se é criança, você resolve as coisas tão simplesmente. Aos olhos delas, tudo é simples, tudo tem um jeito de ser resolvido. Acho engraçado.

Dá vontade de ser criança, só pra não julgar ninguém pela aparência física ou pelas roupas que usa e sim conversar com todos e sorrir pra todo mundo, porque pra criança é assim.

A todas as crianças, parabéns pelo seu dia!

Talvez a gente tenha muito aprender com elas.

Devoradora de Palavras
Enviado por Devoradora de Palavras em 12/10/2011
Código do texto: T3272174
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.