te perdes nestes devaneios ( esmagador abandono)
Sei que mentes, és um mentiroso contumaz, mentes por esporte, acredito que te perdes em tuas ilusões, nestes sonhos mal desenhados, em todas as bizarrices que vomitas no Recanto das Letras.
Posso ver-te H. Haller, não namoras coisa alguma! és um patife que inventa uma relação para dispensar o amor de uma mulher devota, não tens cacoete de quem namora, tu não suportaria, seria um fardo pesado demais a ti, tremendo tolo!
Duvido de tudo o que dizes, falastrão! se pereço estar à teus pés é por falta de zelo com a própria estima, também porque és belo, teu jeito aparvalhado e olhar cínico me cativaram, mas, isso não é nada! a beleza e o cinismo encontramos por todo lado.
Decidi que devotaria minha alma (hoje rebela-se) à ti quando nos encontramos no samba do Astor, tinhas ao teu redor fêmeas que te devorariam todas, tu parecias indiferente à elas, mas nem me passou pela mente cogitar um homossexualismo. Seus olhos irradiavam o verdadeiro domínio que certos homens exercem sobre mulheres incautas e cai no teu ardil, seu verme!
Embusteiro! sei bem teu segredinho, hipnotiza-te para hipnotizar à nós, mulheres! Como temos, como diz Maupassant "alma de macaco", imitei incoscientemente o que aquelas doze mulheres faziam: te cortejar, vítimas todas de um maganão hipnotizador!
O que elas não viveram para saber é isto: que te escondes, quando acabas o feitiço da auto-sugestão, numa caverna escura e rastejas como um verme sem alma.
Como alegas que namora? não há lógica em tal afirmação, não és da estirpe dos que namoram, dos que amam como homens, tua intenção é desbaratar-me para que não te incomode neste recinto sem luz que dormes, até a próxima lua cheia, teu abominável lobo! Sei bem quem és, besta sangrenta e gatuna da razão de mulheres apaixonadas! Farei isso se és que queres, sofrerei, é certo, mas tu, não terás mais uma ovelha fiel e devota, pronta para se entregar à morte, perco mais do que ti, no entanto me liberto deste verdugo que és, impiedoso e desalmado. Desejo que morras e vás ao Arallu para ter as pernas arrancadas pelas damas danadas pela sua maldição.