Rosa Pena
Ontem alguém perguntou se é possível em uma semana estar em mil situações. Pensei nela. É uma dessas pessoas que não sabemos nunca onde estarão daqui a uma semana, Bagdá por opção, Berlim por conta de uma questão, que se liga no que há e no que houve, que vive conectada no pai, mãe, filho, espírito do Michael Bennett e o amém para academia ou para aquele quadro temático ou pro adorável e antenadíssimo marido ou pro próximo show do Keith Jarrett ou pro lançamento do CD "Scream", pois Michael Jackson não morreu nem ninguém que dança como ele morre.
Ela sabe amar as pessoas que merecem e as que não merecem seu amor. Hippie no “paz e amor”, pois ser hippie é ter a alma do comportamento. Ela nunca tem preguiça. Desde depilar a perna a levar a mãe ao médico, dando uma passada na véspera na Bienal e sabendo que no dia seguinte vai à reunião do filho e depois de amanhã à Bangkok . Semana que vem dança aonde?
Uma cinturinha de pilão, jamais um look de “cozinheira inglesa” – nutrida, relaxada e com roupas esquisitas. Faltou montar. Combina com equitação. Viver é a palavra de ordem. Só existir? Jamais. Tem talento para experimentar e aproveitar tudo que a vida oferece. E corre, sabe que o tempo passa pelas mãos do Rosberg , mas ela tem uma ampulheta diferente, onde sempre arruma a ocasião para encontrar amigos, ter conversas interessantes, ver e rever a Fontana di Trevi, bailar, baila comigo como se baila na tribo, ser uma tremenda executiva, organizada.
Adoraria usar chapéus, mas usa hena e fica com os cabelos avermelhados, sabe usar pronomes, ama jardinagem, tem mestrado, doutorado e pós, pós... Não tem pesadelos ou tem? Talento e vocação para frequentar a aristocracia e Woodstock. Organizada de verdade. Ousada. Fica irritada com a mediocridade. Faz saladas especialíssimas, mas se cismar fará bolos altos, fofos, daqueles que não solam. Acredita em Deus. Acredita na família, num mundo melhor, num lugar melhor, numa vida melhor. Enquanto espera, assiste um musical do Cláudio Botelho, se veste de Cinderella e leva a família para apreciar David do Michelangelo.
“Esse é o mundo das possibilidades e as coisas só são impossíveis até o momento em que deixam de ser. Estamos sempre repetindo: não é possível! Não é possível. Mas é! É possível! ”