CORTINA CERRADA (EC)
Sempre que chove
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!
Mário Quintana
Enquanto nuvens cobriam o sol , o vento sacudia a janela e a chuva começava a cair forte lá fora, a mulher levantou-se da cama com o intuito de cerrar as pesadas cortinas , o que não fez de pronto,permanecendo com o rosto colado na vidraça embaçada da janela do quarto.
Quebrando o silêncio reinante, proclamou alto e bom som o seu amor à Natureza e se disse amante do Sol, do Vento, da Chuva.
Após ouvir a declaração de amor à Natureza pela mulher, o marido, que estava devidamente instalado na poltrona ao lado da cama do casal, interrompeu a leitura de Shakespeare e por coincidência repetiu para ela o que acabara de ler: “Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.”
Sem réplica. Cortina cerrada.
Este texto faz parte do Exercicio Criativo “Chove lá fora”. Conheça outros textos sobre o mesmo tema: http://encantodasletras.50webs.com/chovelafora.htm
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Sempre que chove
Tudo faz tanto tempo...
E qualquer poema que acaso eu escreva
Vem sempre datado de 1779!
Mário Quintana
Enquanto nuvens cobriam o sol , o vento sacudia a janela e a chuva começava a cair forte lá fora, a mulher levantou-se da cama com o intuito de cerrar as pesadas cortinas , o que não fez de pronto,permanecendo com o rosto colado na vidraça embaçada da janela do quarto.
Quebrando o silêncio reinante, proclamou alto e bom som o seu amor à Natureza e se disse amante do Sol, do Vento, da Chuva.
Após ouvir a declaração de amor à Natureza pela mulher, o marido, que estava devidamente instalado na poltrona ao lado da cama do casal, interrompeu a leitura de Shakespeare e por coincidência repetiu para ela o que acabara de ler: “Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.”
Sem réplica. Cortina cerrada.
Este texto faz parte do Exercicio Criativo “Chove lá fora”. Conheça outros textos sobre o mesmo tema: http://encantodasletras.50webs.com/chovelafora.htm
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