A QUEDA NO AVIÃO JAHU

A Queda no Avião JAHU

A aeronave Jahu - é um hidroavião Savoia-Marchetti S.55 (versão C) e o último de seu modelo no mundo. Destacou-se por ser a aeronave com que o brasileiro João Ribeiro de Barros e mais três tripulantes (João Negrão como co-piloto, Newton Braga como navegador, e Vasco Cinquini como mecânico), fizeram a terceira travessia aérea do Atlântico Sul - a primeira da história sem escalas -, em 1927. Ribeiro de Barros foi neto de um dos fundadores da Cidade de Jaú, em São Paulo. Como homenagem ao arrojado piloto, a aeronave esteve, durante alguns anos, depositada em uma área, atrás do Museu do Ipiranga, sem qualquer cuidado de preservação. Pois bem, fluía o ano de 1949 e Tomás, com seu amiguinho do bairro, o conhecido Sebilca, brincavam no interior de uma das “barcas” do hidroavião, evidentemente sem os motores superiores os quais as elevavam aos ares. Em verdadeiro ato de rebeldia um outro menino, apelidado de Paulinho, resolveu subir em uma das árvores, sob o qual descansava a aeronave, e bombardeá-la com a força de um estilingue municiado com mamonas. Risos, brincadeiras e o galho da árvore partiu-se e Paulinho despencou sobre a fuselagem de madeira a qual, dada sua qualidade de suportar agressões, sagrou-se mais uma vez vencedora. Paulinho levantou, passou as mãos sob os olhos para enxugar as lágrimas e todos, rindo do fato, retornaram às suas casas. Ao chegar em casa, Sebilca ainda ria muito ao que seu pai, com certa desconfiança, indagou qual a peraltice que praticara naquele dia. Respondeu que havia presenciado a queda de um menino no avião. O pai, desconfiado com o relato, mesmo porque Sebilca nunca estivera em um avião, indagou que história era aquela de cair no avião e onde estivera a tarde toda, especialmente para presencial a absurda queda. Depois de ouvir a história o pai de Sebilca também passou a sorrir é concluiu: - É, desta vez houve realmente queda no avião! EM TEMPO. Presentemente Sebilca continua no Ipiranga, mas o avião foi totalmente restaurado e está como novo, diferentemente de Sebilca. Os trabalhos de restauração tiveram início em Abril de 2004 e envolveram uma equipe de doze profissionais. Os dois motores foram recuperados no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). O trabalho com a estrutura concentrou-se nas oficinas da Helipark, visando reconstituir a configuração exata da aeronave até os detalhes, desde o tipo de madeira e de pregos (de cobre e de latão), até ao tom de vermelho da pintura original. Foi entregue, no dia 26 de Outubro de 2007, no Helicentro Helipark, em Carapicuíba. A Fundação Santos Dumont cedeu o Jahu por comodato ao Museu Asas de um Sonho da cidade de São Carlos (SP), onde ele se encontra atualmente.

Aclibes Burgarelli.

aclibes
Enviado por aclibes em 09/10/2011
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T3266203
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