Compromisso social

Durante algum tempo já no ensino médio tenho percebido o quanto a educação pública está sucateada. Sempre tentei mostrar aos meus colegas de sala que com a nossa ajuda a educação poderia melhorar. Tentei. E sob esse sonho de mudar de vida através da educação decidi ser protagonista da mudança virando professor. Hoje sou estudante de licenciatura em História e vejo a dimensão da importância que tem o professor.

Num dado dia estagiando em uma escola pública do Estado parei a observar o trabalho de professores experientes com anos e anos de trabalho em sala de aula. Foi quando uma professora disse que os alunos de determinada sala não tinham mais jeito eram casos perdidos e toda tentativa de mudá-los seria inútil. Aquilo chamou minha atenção, pois passo horas e horas planejando e analisando a melhor forma de trabalhar um conteúdo, enquanto uma professora tão desestimulada e triste comenta seu “sofrimento” em ensinar.

A educação precisa de gente sintonizada com seu interesse. Gente que acredite em um futuro melhor sem miséria e desigualdade. Um mundo em que todos tenham mesmas oportunidades e que para mudar sua realidade bastasse apenas dedicar-se aos estudos. Infelizmente isso não é possível. Utopia é achar que o aumento dos salários dos professores melhoraria a educação desse país. Precisamos, na verdade, de uma revolução.

Luto por melhores salários, por condições de trabalho apropriadas e de um plano de carreira adequado para a profissão. Mas, luto também para que toda melhoria se transforme em esforço e dedicação. Sem respeito e boa remuneração fica difícil ter bons profissionais. A receita parece simples: luta mútua.

Parece até que estamos numa disputa de fracassos. De um lado alunos desestimulados vindos de famílias desestruturadas e de completo abandono e de outro os professores deprimidos e cansados. Não importa como e onde começamos. Com esforço e dedicação o resultado será promissor!