::: Como jamais imaginei :::

A noite já se foi, cai a madrugada e eu, eu não consigo dormir assim, não consigo! O calor só faz piorar, a dor, nem se fala. E então, espero toda a noite por apenas uma palavra menos fria, uma palavra mais bonita, mas nada encontro e sou a obrigada a segurar as lágrimas. Como? Como posso se dói tanto que elas simplesmente rolam, sem força, sem querer.

Culpar-se por isso, desculpe, não adianta, não faz sentido. Não posso renegar essa dor que, infelizmente, faz morada em meu coração. Não posso simplesmente fingir que não preciso chorar. Eu não aguento segurar por tanto tempo meu choro, estava engasgado, mas não deu.

E então, nesse noite, ouço mais uma daquelas canções de partir o coração e me pergunto: Isso vai passar?

E então, fecho os meus olhos e me permito chorar e, ás vezes, a dor parece sumir por um tempo, apenas um tempo. Mas quando volta, vem com toda a força, eu desabo.

Só queria que você deixasse de levar as coisas tão a sério. Que falasse o que senti, que não risse quando sinto ciúmes, por que é bobeira. Pior se eu não sentisse. Queria apenas que você não se preocupasse tanto com o que escrevo, poetas são assim, minhas atitudes mostram muito mais o que sinto. Queria apenas que você parasse de se culpar, e se lamentar, se eu chorei, não foi sua culpa. A culpa é do coração, amar dói.

Amar dói, como jamais imaginei.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 08/10/2011
Código do texto: T3264211