Redescobrir na roda (Preconceito)

Redescobrir na roda!

Sim, em uma noite recheada de estrelas e canções românticas, muitos preferem fazer amor com seu amado, ou nem sempre precisa amar tanto para fazer tal coisa, mas isso não vem ao caso agora, mas sim, o que aconteceu a meu amigo Francisco... Foi a um apartamento visitar uma “amiga íntima” que pousava seu avião no quinto andar, o problema, porém, estava exatamente na incerteza do número, algo entre 607 e 609. Deste modo, tocou a campainha do apartamento 607, um negro atendeu, Francisco disse: Desculpa, não sabia que aqui era casa de “preto”! O morador do 607 respondeu: Desculpas minhas na verdade, pois, não recebo visita de “preto”! Fechou a porta, e Francisco pensou em voz alta: “Nossa, fui discriminado pela minha cor!”. Falam os maiores fofoqueiros de plantão do prédio que dentro do apartamento ele pronuncia as mesmas palavras. Assim, à porta 609 estava uma mulata dengosa, quase nua, chamando-o, num tom sensual: “Venha aqui, minha cor do pecado, estou a esperá-lo já faz tempo”.

Em todas as circunstâncias desse humor, quaisquer semelhanças são meras coincidências. Enfim, quero jogar contigo hoje, o jogo do preconceito, quais são as motivações desse ato entre outros no cotidiano? A princípio acredita-se que o grande motivo seja a ignorância, isto é, a ausência de conhecimentos de humanos, lugares ou tradições diferentes, contudo, não é a única motivação, há outras.

O pré-julgamento pode ser motivado pelo medo do desconhecido, o indivíduo fica no seu real, desta forma, se alguma coisa lhe é desconhecida, a rejeição é automática e imediata, por assustá-lo, preferindo continuar no familiar; um segundo ponto, de acordo com Theodor W. Adorno é o resultado das frustrações na vida das pessoas, que leva a agir de modo esbravejado e com atos hostis; para Gordon Allport, a origem do preconceito faz parte da personalidade de indivíduos autoritários e intransigentes, tendo manifestação de desconfiança; e por último, o comportamento de alienação de uma sociedade, ferindo qualquer homem que foge bruscamente ao modelo plantado nas mentes.

As reações são os preconceitos raciais, sociais e sexuais. O racismo, que conduz o pensamento na busca ou na crença da existência de uma raça humana melhor do que a outra; no social, o capitalismo interfere, com divisão da sociedade em diferentes classes econômicas e o sexual, simplesmente, a diferenciação da orientação sexual de alguém, reação homofóbica e outros tantos preconceitos.

Tudo isso, leva à marginalização, à discriminação e à violência. Felizmente, nunca é tarde para deixarmos de lado o preconceito que existe em todos nós. Antes de criticar, tenha a oportunidade de conhecer o novo, procure conviver, não faça vítimas. E finalizando... De repente você precisa sempre redescobrir, numa ciranda e na roda do ciclo da vida, no tocar das mãos suadas da pele branca ou negra, junto com as melodias da vida e verás que somos eternamente ligados e entrelaçados, no calor de irmãos... Marca amigo! Eu, você e todo mundo somos uma formiga diante dos elefantes e tempestades da existência humana... Não prevalece a “melhor” cor, a sexualidade “certa”, a mais “majestosa” cultura, etc. Como diz Bob Marley, “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”.

Inspirado na canção de Luiz Gonzaga Jr. Interpretada pela Elis Regina, “Redescobrir”.