CORRUPÇÃO E MEDO

Às vezes penso que a corrupção é parte inseparável da evolução humana.

Que assim como vamos destruindo o mundo, em se falando da natureza, vamos também adoentando a raça humana como um todo, assumindo a corrupção como um predicado inerente a raça em si.

Sim, sabemos que a ganância é o mal maior, a castradora do bem viver, do bem comum, do equilíbrio social, que gera conflitos, guerras, desavenças e toda desarmonia em nosso universo, geográfico ou espiritual.

E a corrupção é a mais potente ferramenta, a mais eficaz arma com que lutam os gananciosos. E como a ganância, disfarçada de ambição, vai se transformando num predicado comum ao homem, alimentando e sendo alimentada pela corrupção, essa luta de alguns abnegados contra a corrupção, é mera e suave brisa, diante de uma tempestade.

Talvez a ambição, que origina a ganância, que gera a avareza, seja filhote do medo. Será?

Se for, que Deus nos acuda, refazendo o caminho da evolução dos seus filhos. Sim, que Deus rogue por nós, pois, o medo sabemos ser nosso instinto maior de sobrevivência e preservação da vida.

Se a corrupção é originada da avareza, que advém da ganância e se a ganância for apenas uma manifestação instintiva de nos prevenirmos de um futuro incerto, o medo, realmente estamos trilhando o caminho do apocalipse do “viver em paz”.

Se continuarmos nessa linha de raciocínio, vamos concluir que as pessoas que fazem e guardam fortunas, mesmo se utilizando da corrupção desenfreada e da exploração dos seus pares, na realidade é um ser que sofre enormemente da síndrome do medo do futuro.

Seriam então os exploradores e corruptos infames, apenas meros covardes diante da vida?

Melhor parar com esse infindável filosofar, ou não?