Férias Coletivas

Lembro-me de quando, industriário, no setor administrativo das grandes empresas por que passei, ficávamos todos à espera do final do ano, época de fazer o balanço da empresa, tanto físico como de manutenção, ao par da contabilidade e departamento fiscal. Nas férias coletivas, com início após o Natal e com término no último dia do ano, mesmo que houvesse um sábado e um domingo nesse meio tempo havia uma intensa agitação cujo propósito era o de manter a empresa funcionando mais um período com a máxima produtividade e desempenho. Eventuais desvios de estoque de matéria prima, naturais ou não, eram redimensionados, máquinas já tinham, de antemão, sua agenda de revisão e ajuste, ferramentas e manutenção predial civil, hidráulica e elétrica recompostas. Tudo isso aí em cima para dizer que, com pesar, está na hora de parar o Brasil em férias coletivas. Aliás, já passou da hora.

Como em todo processo, há que se planejar, com presteza, porém com extremo cuidado. Ainda não estamos na UTI moral, mas o pronto socorro já está empurrando para a internação definitiva a maca onde o país se encontra colocado. As intervenções ultimamente feitas são como maquiagem, manicure e depilação num corpo corroído pelo cancer da desfaçatez, da falta de ética, das brigas internas, onde células doentes são atacadas não pelos anticorpos de defesa do organismo, mas por mutações tão ou mais perniciosas que elas. Poderes que deveriam zelar pela saúde geral são atualmente mutações genéticas feitas por organizações que, visando o lucro fácil e imediato de seus interesses mais mesquinhos e pessoais, não se apercebem que, como na fábula, a morte da galinha acabará com os ovos de ouro.

Temos o dever democrático de cavar trincheiras e nos unirmos nos próximos meses, contra essa politicalha que sempre se apresenta. De partidos nanicos, descompromissados do trabalho, com as garras e os dentes voltados para os restos do butim que costuma cair da mesa, até os dinossauros enraizados nos feudos da ignorancia política e da miséria moral e econômica.

Saúde, Educação, Segurança, Trabalho, Transporte são apenas palavras vãs em bocas falsas. Tem sido assim desde há muito.

Riqueza e Poder são as metas sempre. E parecemos estar todos anestesiados por bolsas miseráveis diversas, cotas raciais, competições esportivas, escândalos da mídia, e uma fé insana no poder de alcançar o Paraíso com bilhetes de passagem celestiais comprados a peso de ouro, em diversos guichês de diferentes nomes, quando o passe para tal viagem é gratuito em sua origem, e assim deveria ser repassado.

Tentemos ter um bom dia!

neanderthal
Enviado por neanderthal em 06/10/2011
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