Minhas Músicas Inesquecíveis_7_ Cabelos Brancos (Nelson Gonçalves)
Nélson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, nasceu em Santana do Livramento-RS, em 21 de junho de 1919 e morreu no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1998. É o terceiro maior vendedor de discos da história do Brasil , com mais de 75 milhões de copias vendidas, ficando atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões, e Tonico & Tinoco com aproximadamente 150 milhões. Seu maior sucesso foi a canção A Volta do Boêmio.
Quando criança, era levado para praças e feiras pelo seu pai que, se fazendo de cego, tocava violino, enquanto ele cantava. Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista. A biografia pessoal de Nelson é realmente impressionante, cheia de mitos e verdades. Foi boêmio na Lapa, convivendo com traficantes, prostitutas e boêmios famosos (como Noel Rosa e outros), casou 3 vezes, manteve inúmeros relacionamentos amorosos - alguns bastante tumultuados - foi viciado em cocaína por mais de 20 anos tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio nº1, que foi um estrondoso sucesso musical.
Num daqueles raros casos nacionais de biografia não autorizada, o escritor Marco Aurélio Barroso escreveu o livro "A revolta do boêmio - A vida de Nelson Gonçalves", com todas essas informações e muitos outros desmentidos. Diz Marco Aurélio: ''O Nelson inventou um personagem que cabia muito bem nas necessidades da imprensa, era um típico caso de me engana que eu gosto para os dois lados".
Mesmo que Marco Aurélio Barroso desmonte a lenda de que a cantora Betty White tenha botado fogo às vestes e se suicidado por amor a Nelson (ela na verdade morreu num acidente doméstico com álcool). Mesmo que não seja espanhola, mas cubana, a vedete namorada Nina Montez, e mesmo que o cantor não tenha tentado matá-la a facadas, como diz a lenda, mas com balas de revólver, como quer o livro - uma biografia de Nelson sempre terá histórias incríveis para contar.
Esse seu passado de boêmio e mulherengo, e de homem valente, construiu - apoiado por sua voz incrivelmente grave e aveludada, e belas músicas criadas por compositores geniais como Adelino Moreira, Capiba, Davi Nasser, Herivelto Martins e outros - o seu perfil de machão que sabia, entretanto, apaixonar-se e sofrer por uma mulher, um perfil que lembra o slogan de Che Guevara: "Hay que ser duro, pero sin perder la ternura". Nos meus tempos de menino, de rapaz e, depois de boêmio, nenhum bar que se prezasse deixaria de manter, na sua discoteca, os maiores sucessos de Nelson Gonçalves. Com as suas músicas e num copo de bebida, os homens afogavam a saudade de um amor perdido.
Alguns de seus grandes sucessos foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) , Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).
Entretanto, a minha música inesquecível de Nelson Gonçalves é Cabelos Brancos. Quando menino e rapaz, eu a ouvi muito nas serestas das madrugadas de lua e nas rodas dos violões dos bairros boêmios de São Luís do Maranhão. É a música da paixão inesquecível e eu tive tantas que não consigo mais me lembrar de nenhuma delas, rs.
Confiram comigo a letra e a música.
Cabelos Brancos
Herivelto Martins
Não falem desta mulher perto de mim,
não falem pra não lembrar minha dor.
Já fui moço, já gozei a mocidade,
se me lembro dela, me dá saudade.
Por ela, vivo aos trancos e barrancos,
respeitem ao menos os meus cabelos brancos.
Ninguém viveu a vida que eu vivi,
ninguém sofreu na vida o que eu sofri,
as lágrimas sentidas,
os meus sorrisos francos,
refletem-se hoje em dia
nos meus cabelos brancos.
E agora, em homenagem ao meu fim,
não falem desta mulher perto de mim
NOTA DO AUTOR:
Foi incluída nesta edição, a reprodução da música "Cabelos Brancos" , de autoria de Herivelto Martins, interpretada por Nelson Gonçalves. Contudo, devido à política editorial do Recanto das Letras, as músicas só podem ser reproduzidas no Site do Escritor; caso você esteja visualizando esta página apenas no Recanto das Letras e queira ouvir a música incluída, use o link de controle abaixo para ser redirecionado ao Site do Escritor:
http://antoniomaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3257531
Nélson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, nasceu em Santana do Livramento-RS, em 21 de junho de 1919 e morreu no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1998. É o terceiro maior vendedor de discos da história do Brasil , com mais de 75 milhões de copias vendidas, ficando atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões, e Tonico & Tinoco com aproximadamente 150 milhões. Seu maior sucesso foi a canção A Volta do Boêmio.
Quando criança, era levado para praças e feiras pelo seu pai que, se fazendo de cego, tocava violino, enquanto ele cantava. Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista. A biografia pessoal de Nelson é realmente impressionante, cheia de mitos e verdades. Foi boêmio na Lapa, convivendo com traficantes, prostitutas e boêmios famosos (como Noel Rosa e outros), casou 3 vezes, manteve inúmeros relacionamentos amorosos - alguns bastante tumultuados - foi viciado em cocaína por mais de 20 anos tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio nº1, que foi um estrondoso sucesso musical.
Num daqueles raros casos nacionais de biografia não autorizada, o escritor Marco Aurélio Barroso escreveu o livro "A revolta do boêmio - A vida de Nelson Gonçalves", com todas essas informações e muitos outros desmentidos. Diz Marco Aurélio: ''O Nelson inventou um personagem que cabia muito bem nas necessidades da imprensa, era um típico caso de me engana que eu gosto para os dois lados".
Mesmo que Marco Aurélio Barroso desmonte a lenda de que a cantora Betty White tenha botado fogo às vestes e se suicidado por amor a Nelson (ela na verdade morreu num acidente doméstico com álcool). Mesmo que não seja espanhola, mas cubana, a vedete namorada Nina Montez, e mesmo que o cantor não tenha tentado matá-la a facadas, como diz a lenda, mas com balas de revólver, como quer o livro - uma biografia de Nelson sempre terá histórias incríveis para contar.
Esse seu passado de boêmio e mulherengo, e de homem valente, construiu - apoiado por sua voz incrivelmente grave e aveludada, e belas músicas criadas por compositores geniais como Adelino Moreira, Capiba, Davi Nasser, Herivelto Martins e outros - o seu perfil de machão que sabia, entretanto, apaixonar-se e sofrer por uma mulher, um perfil que lembra o slogan de Che Guevara: "Hay que ser duro, pero sin perder la ternura". Nos meus tempos de menino, de rapaz e, depois de boêmio, nenhum bar que se prezasse deixaria de manter, na sua discoteca, os maiores sucessos de Nelson Gonçalves. Com as suas músicas e num copo de bebida, os homens afogavam a saudade de um amor perdido.
Alguns de seus grandes sucessos foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) , Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).
Entretanto, a minha música inesquecível de Nelson Gonçalves é Cabelos Brancos. Quando menino e rapaz, eu a ouvi muito nas serestas das madrugadas de lua e nas rodas dos violões dos bairros boêmios de São Luís do Maranhão. É a música da paixão inesquecível e eu tive tantas que não consigo mais me lembrar de nenhuma delas, rs.
Confiram comigo a letra e a música.
Cabelos Brancos
Herivelto Martins
Não falem desta mulher perto de mim,
não falem pra não lembrar minha dor.
Já fui moço, já gozei a mocidade,
se me lembro dela, me dá saudade.
Por ela, vivo aos trancos e barrancos,
respeitem ao menos os meus cabelos brancos.
Ninguém viveu a vida que eu vivi,
ninguém sofreu na vida o que eu sofri,
as lágrimas sentidas,
os meus sorrisos francos,
refletem-se hoje em dia
nos meus cabelos brancos.
E agora, em homenagem ao meu fim,
não falem desta mulher perto de mim
NOTA DO AUTOR:
Foi incluída nesta edição, a reprodução da música "Cabelos Brancos" , de autoria de Herivelto Martins, interpretada por Nelson Gonçalves. Contudo, devido à política editorial do Recanto das Letras, as músicas só podem ser reproduzidas no Site do Escritor; caso você esteja visualizando esta página apenas no Recanto das Letras e queira ouvir a música incluída, use o link de controle abaixo para ser redirecionado ao Site do Escritor:
http://antoniomaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3257531