TECNOLOGIA - PARTE 1
 
Como escrevi no perfil da minha página no Recanto, escrever já está se tornando uma obsessão! Uma ideia ocorre, toma corpo e peso no meu cérebro e o desejo de passá-la para o papel é incontrolável.  Algo assim parecido como a urgência e a necessidade da galinha para pôr seu ovo.  Só que, para mim, o processo é indolor.  Então, vamos lá!
 
Perdi o meu celular, afanado que foi durante o desfile da Banda de Ipanema, acompanhando meu filho saxofonista, onde eu e a Lee (minha gaúcha de fé) botamos pra quebrar.
Foi-se o meu amigo Piolho Atômico, velho de guerra, que eu dominava com habilidade (conseguia fazer e receber chamadas com perfeição  invejável) e cujo único defeito era vibrar pouco e não ter volume de campainha suficiente pra vencer minha surdez seletiva.
Não entendo como ainda tem gente que rouba celular, pois o lalau só tem tempo de fazer uma ou duas chamadas antes do bloqueio do aparelho e depois, certamente, vai jogá-lo no lixo!
 
Rei morto, rei posto!  Partimos para comprar outro celular que substituiria o saudoso Piolho Atômico, vítima inocente dos festejos de  Momo e da incúria do seu dono.
Como sempre a Lee foi convocada pra resolver o problema e eu fui de motorista até o posto da VIVO, onde adotamos um novo celular que - de imediato - foi esquecido ao pé de uma árvore no estacionamento.  Felizmente, o cidadão que o encontrou tinha uma visão diferente do lalau e deixou-o na recepção, junto com descrição detalhada dos personagens envolvidos; "senhor muito simpático, cabelos brancos, jovem senhora trajando blusa laranja, de “grife”, cachorrinho poodle “uma gracinha” (era o Demóstenes Marreco), carro Peugeot” maravilhoso” (era o Petit Maurice) etc etc etc "
Acho que o cara era policial ou gay...ou os dois!
 
Bem, agora é ir pra casa e entrar na intimidade do novo amigo, conhecer seu potencial, vasculhar suas entranhas, enfim, saber dialogar com ele.
 
Trata-se de um legímo "Soft Fing", mod XXPQP24a (isso mesmo, o "a" é minúsculo! Mede 9x4x2 cm, cor roxo-batata, 20 teclas com dupla função, tela de 2x3 pol. e mais uns botõezinhos estranhos dos lados.
Considerado pelo vendedor como "simplezinho", tem agenda, viva-voz, chamadas de conferência, mensagens de texto, câmera com diversos ajustes, música, acoplamento ao computador, toques e temas variados, editor de música, gravador de som, jogos, calendário, contador, cronômetro, calculadora, hora e data e mais um monte de coisas que eu, francamente, não entendi.  Ah, ia esquecendo; ele também recebe e faz chamadas telefônicas!
O bicho abriga tanta informação que eu sapequei-lhe logo o nome de "Biblioteca Nacional", mas pra facilitar ele atende mesmo por Biná.
 
Aconselho a quem passar por esta experiência, que procure um cômodo à prova de som em sua casa, com forte iluminação, sentar-se numa confortável poltrona, munir-se de uma grande lupa e, é claro, de farta quantidade de latinhas de cerveja, porque, amigos, é hora de enfrentar
o monstro que se chama MANUAL.
 
(Leia, na próxima semana, a parte 2) 
   



paulo rego
Enviado por paulo rego em 04/10/2011
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T3257171