Pares Ideais ou Ímpares?

Passamos a vida toda buscando uma pessoa "ideal", que goste das mesmas coisas, que pense como a gente pensa, que seja romântica ou aventureira como nós, à nosso modo. E quando acreditamos ter encontrado essa pessoa, a pessoa certa, o nosso número como dizem, o tempo vem e estraga tudo, o convívio desgasta e desmoronam-se todos os sonhos e os planos pré estabelecidos... é a tragédia inevitável que o dia-a-dia prescreve pela rotina e de repente a mocinha que dormiu tanto tempo do lado de um príncipe acorda do lado de um sapo e o mocinho que retirou a princesinha da mais alta torre do castelo sente constantemente vontade de trancá-la novamente lá. Irônia? Não. Verdades. Não entendemos que pessoas perfeitas não existem, que muitas vezes compramos um produto pela embalagem bonita, que na verdade são apenas ideologias plantadas no inconciente de nossas necessidades afetivas. Que são apenas feições milimetralmente construídas para aplacar a nossa "Síndrome da (Im)Perfeição Humana". E o que dizer do homem perfeito? Este deve ser um romântico incorrigivel e ao mesmo tempo másculo e viril, que deve ajudar a lavar a louça e matar aquela barata ENORME que aparece na cozinha, e ainda depois de quase cinquenta anos de idade ter um corpo igual o do Van Dame aos vinte e um anos, e ainda o "santo" tem que abandonar o sagrado futebolzinho do fim de semana com os amigos para ir com você todo pomposo ao aniversário daquela tia chata. E a Mulher? Uma Amélia moderna a lla Gisele BÜndchen no comercial de lingerie. Deve ser sempre linda, estar sempre cheirosa e ainda saber cozinhar - ainda hoje um homem espera que sua amada saiba pescá-lo pelo estomâgo-, trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda estar toda disposta para o maridão à noite. E nunca, sob hipótese alguma engorgar! E lá vão as loucas para a academia se matarem de malhar para ficar com a perna da Sabrina Satto , com a bunda da Sheila Mello e etc..

Incrível como não percebemos a essência das pessoas, que tipos ideais não existem, são biótipos encontrados apenas na novela das oito e nas capas de revistas de apelo sensual - e ainda melhoradas pela dieta do PHOTO SHOP. Na vida real minha gente, esses bonitões e essas beldades podem potencialmente ser muito mais infelizes e vazias que você "relis mortal".

Temos que abrir os olhos - inclusive os da alma- pois se já se diz que o tipo é ideal é porque não existe! É uma mera construção de padrões sócio-culturais de imagem, de corpo, um ser imaginário criado para mostrar como poderia ser se realmente existisse. É um ser que não é! Uma busca sem resultados. Temos que reaprender a ver, a admirar as qualidades e traços certos nas pessoas reais. Nessas pessoas de carne e osso que tentam a todo custo te convencer, chamar sua atenção, despertar teu desejo, teu amor e não conseguem porque não tem o romantismo do Dom Juan ou as pernas esguias da Ana Hickmann.

Vamos ver as pessoas de verdade da nossa vida?!! Ver como ela fica linda quando esta nervosa, aquele sorriso dela, ou aquelas ruguinhas charmosas que se formam ao redor dos olhos dele quando ele sorri aquele sorriso bobo que te deixa nas nuvens. Vamos sentir de novo aquelas borboletas no estômago quando nos apaixonamos por essas pessoas incríveis e "normais". Isso é de verdade, isso é real, paupável e alcansável.

Parem de buscar o PAR IDEAL! Não encontraremos, ele não vai te completar e porque tem que ser exatamente como você quer, que novidade isso trará? O que vai te acrescentar? Se é igual ou perfeito de mais não completa, ou sobra ou te supera. Então comecemos buscar nosso ÍMPAR. O estranho IMPAR que todo ser humano é. Esse sim é diferente, é inusitado e surpreendentemente tudo o que você não é, completando, preenchendo os vázios e as falhas. De hoje em diante procure o seu ÍMPAR, sua outra parte, mas a parte diferente, nova e cheia de emoções... e seja feliz!

Viviane Tavares
Enviado por Viviane Tavares em 03/10/2011
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T3256082
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