De que lado estão os loucos?
Há vários estilos de loucura. Pode-se, comumente, falar que se ficou louco pela paixão, por pequenos e grandes poderes, pela bebida, pela droga, por abandono, por vaidade, por ignorância, pelo desconhecido, por medo, por ambição e outros modos infinitos de enlouquecer.
Estou de posse de “Os melhores contos de loucura”, organizados por Flávio Moreira da Costa. Além de contos e testemunhos da loucura, vou descobrindo o fio que tece o comportamento humano com faces diversas que desviam do que se caracteriza como o normal, possibilitando um sofrimento mental, principalmente, e que aponta para a miséria social.
Escutei, inúmeras vezes, pessoas temerem ficar, um dia, loucas. Por quem alguém é tomado como louco(a)? Em “A Vênus de Ille”, Prosper Mérimée, descreve como foi que a noiva, em sua noite nupcial, vê (alucina) seu esposo ser morto ao ser abraçado pela estátua de Vênus, em seu próprio quarto. Repete vinte vezes a mesma história, segundo o procurador do rei. Assim, mesmo em sua fala coerente, a jovem é considerada pobre louca, já que descreve uma cena incapaz de um ser humano normal admitir como verdadeira. Diz que diante da cena ela perdeu a consciência, mas pouco antes deve ter perdido a razão.
Sabemos o quanto é frágil a linha que separa a loucura da sanidade. Na adolescência soube de quatro amigas que tiveram surtos de loucura. Duas só tiveram apenas um surto, embora tenham sido internadas em hospitais psiquiátricos. Uma chegou a casar, teve filhos e tinha surtos recorrentes; morreu ainda jovem. A outra também teve inúmeros internamentos e foi diagnosticada, na época, como tendo Psicose maníaca depressiva. Não vai ter cura nunca, porém tem todo o apoio e controle, através de acompanhamento psiquiátrica e medicamentoso,a compreensão e assistência constante do esposo e, por sabedoria, o casal optou por não ter filhos. Estes casos me deixavam intrigada, já que eram garotas que faziam parte do meu convívio na escola, iam às festinhas, namoravam e, de repente, rasgam as roupas, saem pelas ruas despidas, gritam, com comportamentos de quem fugia da realidade.
Vou ao Freud e fui reler a diferença entre neurose e psicose. Em 1924, ele retoma as instâncias psíquicas do Ego(meu contato com o mundo exterior),o Superego (instância psíquica em que aponta o certo e errado, fazendo censura) e o Id (inconsciente, sede dos impulsos instintivos, da criatividade, de onde emergem os sonhos etc.). Segundo Freud, “A neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id”. O ego recua para não aceitar um poderoso impulso instintual, que vem de dentro. Não é à toa que todos nós somos considerados neuróticos, por termos nossos conflitos, duvidar, reprimir. Ainda, segundo ele, o ego se defende mediante a repressão, de uma forma conciliatória e, então, é aí que os sintomas aparecem. Dizem que adoecemos no corpo, para não enlouquecer.
Vamos ao que Freud fala sobre a psicose, que é a loucura: “O mundo exterior não é percebido de modo algum, ou a percepção dele não possui qualquer efeito.”
Sabemos que somos frutos da força do meio e do muito que trazemos da carga genética. Como o mundo externo nos influencia? Este mundo externo governa o ego (ligação com a realidade) de dois modos: “pelas percepções atuais e passadas, sempre renováveis e com um armazenamento das lembranças anteriores que vão compor meu mundo interno. ” Na Psicose, o ego cria um novo mundo interno e externo e o surto vai ser resultante “de uma frustração muito séria de um desejo, por parte da realidade – frustração que parece intolerável”. Já sobre à Esquizofrenia, há uma perda de toda participação do mundo externo.” São inúmeros lados da loucura e sorte de quem dela está afastada.
Há vários estilos de loucura. Pode-se, comumente, falar que se ficou louco pela paixão, por pequenos e grandes poderes, pela bebida, pela droga, por abandono, por vaidade, por ignorância, pelo desconhecido, por medo, por ambição e outros modos infinitos de enlouquecer.
Estou de posse de “Os melhores contos de loucura”, organizados por Flávio Moreira da Costa. Além de contos e testemunhos da loucura, vou descobrindo o fio que tece o comportamento humano com faces diversas que desviam do que se caracteriza como o normal, possibilitando um sofrimento mental, principalmente, e que aponta para a miséria social.
Escutei, inúmeras vezes, pessoas temerem ficar, um dia, loucas. Por quem alguém é tomado como louco(a)? Em “A Vênus de Ille”, Prosper Mérimée, descreve como foi que a noiva, em sua noite nupcial, vê (alucina) seu esposo ser morto ao ser abraçado pela estátua de Vênus, em seu próprio quarto. Repete vinte vezes a mesma história, segundo o procurador do rei. Assim, mesmo em sua fala coerente, a jovem é considerada pobre louca, já que descreve uma cena incapaz de um ser humano normal admitir como verdadeira. Diz que diante da cena ela perdeu a consciência, mas pouco antes deve ter perdido a razão.
Sabemos o quanto é frágil a linha que separa a loucura da sanidade. Na adolescência soube de quatro amigas que tiveram surtos de loucura. Duas só tiveram apenas um surto, embora tenham sido internadas em hospitais psiquiátricos. Uma chegou a casar, teve filhos e tinha surtos recorrentes; morreu ainda jovem. A outra também teve inúmeros internamentos e foi diagnosticada, na época, como tendo Psicose maníaca depressiva. Não vai ter cura nunca, porém tem todo o apoio e controle, através de acompanhamento psiquiátrica e medicamentoso,a compreensão e assistência constante do esposo e, por sabedoria, o casal optou por não ter filhos. Estes casos me deixavam intrigada, já que eram garotas que faziam parte do meu convívio na escola, iam às festinhas, namoravam e, de repente, rasgam as roupas, saem pelas ruas despidas, gritam, com comportamentos de quem fugia da realidade.
Vou ao Freud e fui reler a diferença entre neurose e psicose. Em 1924, ele retoma as instâncias psíquicas do Ego(meu contato com o mundo exterior),o Superego (instância psíquica em que aponta o certo e errado, fazendo censura) e o Id (inconsciente, sede dos impulsos instintivos, da criatividade, de onde emergem os sonhos etc.). Segundo Freud, “A neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id”. O ego recua para não aceitar um poderoso impulso instintual, que vem de dentro. Não é à toa que todos nós somos considerados neuróticos, por termos nossos conflitos, duvidar, reprimir. Ainda, segundo ele, o ego se defende mediante a repressão, de uma forma conciliatória e, então, é aí que os sintomas aparecem. Dizem que adoecemos no corpo, para não enlouquecer.
Vamos ao que Freud fala sobre a psicose, que é a loucura: “O mundo exterior não é percebido de modo algum, ou a percepção dele não possui qualquer efeito.”
Sabemos que somos frutos da força do meio e do muito que trazemos da carga genética. Como o mundo externo nos influencia? Este mundo externo governa o ego (ligação com a realidade) de dois modos: “pelas percepções atuais e passadas, sempre renováveis e com um armazenamento das lembranças anteriores que vão compor meu mundo interno. ” Na Psicose, o ego cria um novo mundo interno e externo e o surto vai ser resultante “de uma frustração muito séria de um desejo, por parte da realidade – frustração que parece intolerável”. Já sobre à Esquizofrenia, há uma perda de toda participação do mundo externo.” São inúmeros lados da loucura e sorte de quem dela está afastada.