ELA NÃO ME INTIMIDA




Durante o dia, da vidraça da sala do apartamento, avisto as águas do East River. Elas são calmas, e só se agitam com o passar das embarcações ou do vento.
Na outra margem do Rio, está a cidade e seus imensos aranha céus, o edifício da ONU, fica bem à frente da minha visão.
Quando a noite vem, além do rio, avisto as luzes da cidade. Elas parecem estrelas douradas brilhando ao longe.

Reflito que me sinto em casa nessa imensa e bela cidade de Nova Iorque.
Não me sinto intimidada por ela. Ao contrário sinto-me íntima dela.
Não posso ser uma desconhecida pra essa grande metrópole, já que ela, roubou-me o filho.

Sempre tive muita facilidade para me adaptar aos lugares. Porém aqui, sinto que não é só uma característica minha. Sei que o fato de estar perto de meu filho, faz essa adaptação acontecer assim que desembarco do avião.
Nova Iorque, é linda, uma cidade completa em quase todos os aspectos.
Mas, algo maior que tudo que ela possa ter, me liga fortemente a essa metrópole.

Hoje, ela seria facilmente o meu lar.
É por isso que intuitivamente nunca me senti presa a lugar algum. Pois, sempre soube que estaria bem, fosse onde fosse, se lá estivessem as pessoas que amo.

A beleza, e as atrações que essa cidade oferece, faz dela uma das mais visitada e interessante do mundo.
Mas, pra mim ela guarda um tesouro de inestimável valor.
E isso me faz sentir muito próxima e íntima dela.
Assim, como seria igualmente íntima da cidade de Singapura, ou de Roma, ou de Cabul, ou ainda da ilha de Maui. Se para qualquer uma delas, meu filho houvesse se mudado ao invés de Nova Iorque.
Mais uma vez vejo a sabedoria DELE, quando disse: Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Sem dúvida é assim.


(Foto tirada em NY, no inverno passado)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 02/10/2011
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T3253858