O PRAZER DE CONHECER OBERY
Dentre os percalços inerentes a uma vida, ela, a vida, inteligentemente, nos reserva momentos perfeitos de relacionamentos sociais. Todos, sem exceção, passam, constantemente, por essa, digamos, purificação de coletividade.
Dentre os percalços inerentes a uma vida, ela, a vida, inteligentemente, nos reserva momentos perfeitos de relacionamentos sociais. Todos, sem exceção, passam, constantemente, por essa, digamos, purificação de coletividade.
Comigo, claro, não foi diferente. Há cerca de mais de dois anos, eu tive o prazer (e o privilégio) de ter, em meu rol de amizades, o jovem senhor Obery Rodrigues. Um escritor de mão cheia e membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar, com uma larga experiência e imensurável saber, traduzidos, alguns deles, em seus 9 livros publicados.
Pois bem, tornamo-nos amigos. Entretanto, a nossa amizade ficou, durante esse período, no limite da virtualidade dos e-mails e dos telefonemas ocasionais – quando precisávamos um do outro para matar a saudade.
Porém, agora em setembro, mês do aniversário dele, eu, finalmente, conheci o meu grande amigo. Confesso a vocês que não foi fácil ir ao seu encontro. Temia pela emoção – já desenhada em sentimentos – e, sentida, em meu corpo, principalmente, pelo gelar das minhas mãos e uma espécie de pânico no pensar. Pode não parecer, mas a minha timidez se faz presente nesses momentos.
Todavia, fui. Aproveitei, no entanto, a estada, na capital, para um Fórum sobre Educação Infantil, da professora e escritora Edna Lopes (uma amiga em comum) para servir-me de companhia e tirar, com a sua presença, um pouco do nervosismo que me acometia (já que ela conhecia o Obery pessoalmente) e que pudesse, também, ser a pessoa a me apresentar ao amigo e à sua filha, Simone (a pessoa que servia de intermediária entre mim, Edna e Obery).
Só não previ que todos iriam estar lá. Todos, quando digo, digo a sua família. E todos, significa a totalidade dessa família: esposa, irmã, filhos, netos, bisnetos, genros e... nós.
Na chegada ao prédio, um momento de buscar inspirar o ar, esse, posso lhes dizer, com extrema dificuldade para colocá-lo lá dentro da região própria para ele. Parecia que o ar daquele espaço físico estava acima dos 4 mil metros e, com isso, rarefeito, tal era a dificuldade de abastecer, pausadamente, os meus pulmões.
O elevador subiu para o quinto andar. Silêncio total. Na saída, Simone e Obery a nos esperar. Edna, que já os conhecia, se fez de despachada e foi logo cumprimentando-os. Eu, no meu canto, só assistia. Obery, por outro lado, esperava que eu o cumprimentasse. Mas que nada! Eu não conseguia me mexer! Foi preciso Simone se apresentar, depois me convidar para entrar, para eu poder, finalmente, cumprimentar e abraçar o meu querido amigo.
Talvez, contado assim, a maioria das pessoas não entenda como se processa um sentimento tão bom como o da amizade quando ela se faz presente, por exemplo, num primeiro encontro. É algo que palavras orais não explicam e palavras escritas não traduzem, jamais, esse sentir.
Obery é um gentleman na mais pura essência da palavra. E isso se fez notar durante todo o tempo em que lá estivemos. O respeito, a admiração e o carinho dos seus não me deixam escorregar nessa afirmativa.
Conversamos pouco. Todos queriam a sua atenção. Afinal de contas, ele era, além de anfitrião, o aniversariante do dia (no caso, da noite). Tinha, portanto, que dar atenção a todos, principalmente, às suas netas (por sinal, um padrão de beleza de encher os olhos de satisfação).
Dividimos a mesa com o seu filho Giovanni (a quem já conhecia), Ubiratan (seu genro) e Virgílio (um português bom de prosa).
Obery, no entanto, reservou, para mim e Edna, o melhor da festa. Ele nos fez conhecer o seu escritório – local onde pode ver o sol se pondo ou o dia nascendo às margens do Rio Potengi. As margens do rio Potengi ainda é possível de ele ver, porém, o pôr do sol, hoje em dia, é impossível: a selva de pedra em que está se transformando a Cidade do Sol não lhe permite mais esse prazer.
Ele nos mostrou a sua biblioteca, os seus clássicos e os seus “cêdês”. A sua coleção de canetas, eu mesmo “mostrei a mim” (estava lá escrito: por favor, não retire nenhuma dessas canetas. São de coleção. E tem, exatamente, 16 canetas). Maravilha! Um ponto, Obery, pela organização.
Quando nos despedimos (lá embaixo, no portão do prédio – ele fez questão de nos acompanhar até a entrada, como um verdadeiro anfitrião), ficou a certeza de que amizades verdadeiras são eternas, mesmo que elas demorem mais do que o necessário para uma simples troca de abraços.
Hoje, escrevendo esse texto, eu me lembrei de um trecho de uma crônica de Obery, que dizia assim: "... quando olhei pela janela, para um céu claro, onde nesgas de nuvens de algodão estavam praticamente paradas, parecendo não haver vento para tangê-las, parecendo, até, que ele, o vento, acordara com preguiça, como eu. Curiosamente, levantei-me e fui para outra janela, olhar o mar". Lindo demais...
Mais fotos do aniversário de Obery...
Edna Lopes, Obery Rodrigues e Raimundo Antonio
O escritor Ubiratan quando declamava uma poesia em homenagem ao aniversariante.
Obery ao lado de sua esposa, tendo ao fundo três de seus filhos.
Uma foto ao lado da janela onde se vê, ao fundo, o rio Potengi.
Giovanni (filho), eu e Obery.
Pois bem, tornamo-nos amigos. Entretanto, a nossa amizade ficou, durante esse período, no limite da virtualidade dos e-mails e dos telefonemas ocasionais – quando precisávamos um do outro para matar a saudade.
Porém, agora em setembro, mês do aniversário dele, eu, finalmente, conheci o meu grande amigo. Confesso a vocês que não foi fácil ir ao seu encontro. Temia pela emoção – já desenhada em sentimentos – e, sentida, em meu corpo, principalmente, pelo gelar das minhas mãos e uma espécie de pânico no pensar. Pode não parecer, mas a minha timidez se faz presente nesses momentos.
Todavia, fui. Aproveitei, no entanto, a estada, na capital, para um Fórum sobre Educação Infantil, da professora e escritora Edna Lopes (uma amiga em comum) para servir-me de companhia e tirar, com a sua presença, um pouco do nervosismo que me acometia (já que ela conhecia o Obery pessoalmente) e que pudesse, também, ser a pessoa a me apresentar ao amigo e à sua filha, Simone (a pessoa que servia de intermediária entre mim, Edna e Obery).
Só não previ que todos iriam estar lá. Todos, quando digo, digo a sua família. E todos, significa a totalidade dessa família: esposa, irmã, filhos, netos, bisnetos, genros e... nós.
Na chegada ao prédio, um momento de buscar inspirar o ar, esse, posso lhes dizer, com extrema dificuldade para colocá-lo lá dentro da região própria para ele. Parecia que o ar daquele espaço físico estava acima dos 4 mil metros e, com isso, rarefeito, tal era a dificuldade de abastecer, pausadamente, os meus pulmões.
O elevador subiu para o quinto andar. Silêncio total. Na saída, Simone e Obery a nos esperar. Edna, que já os conhecia, se fez de despachada e foi logo cumprimentando-os. Eu, no meu canto, só assistia. Obery, por outro lado, esperava que eu o cumprimentasse. Mas que nada! Eu não conseguia me mexer! Foi preciso Simone se apresentar, depois me convidar para entrar, para eu poder, finalmente, cumprimentar e abraçar o meu querido amigo.
Talvez, contado assim, a maioria das pessoas não entenda como se processa um sentimento tão bom como o da amizade quando ela se faz presente, por exemplo, num primeiro encontro. É algo que palavras orais não explicam e palavras escritas não traduzem, jamais, esse sentir.
Obery é um gentleman na mais pura essência da palavra. E isso se fez notar durante todo o tempo em que lá estivemos. O respeito, a admiração e o carinho dos seus não me deixam escorregar nessa afirmativa.
Conversamos pouco. Todos queriam a sua atenção. Afinal de contas, ele era, além de anfitrião, o aniversariante do dia (no caso, da noite). Tinha, portanto, que dar atenção a todos, principalmente, às suas netas (por sinal, um padrão de beleza de encher os olhos de satisfação).
Dividimos a mesa com o seu filho Giovanni (a quem já conhecia), Ubiratan (seu genro) e Virgílio (um português bom de prosa).
Obery, no entanto, reservou, para mim e Edna, o melhor da festa. Ele nos fez conhecer o seu escritório – local onde pode ver o sol se pondo ou o dia nascendo às margens do Rio Potengi. As margens do rio Potengi ainda é possível de ele ver, porém, o pôr do sol, hoje em dia, é impossível: a selva de pedra em que está se transformando a Cidade do Sol não lhe permite mais esse prazer.
Ele nos mostrou a sua biblioteca, os seus clássicos e os seus “cêdês”. A sua coleção de canetas, eu mesmo “mostrei a mim” (estava lá escrito: por favor, não retire nenhuma dessas canetas. São de coleção. E tem, exatamente, 16 canetas). Maravilha! Um ponto, Obery, pela organização.
Quando nos despedimos (lá embaixo, no portão do prédio – ele fez questão de nos acompanhar até a entrada, como um verdadeiro anfitrião), ficou a certeza de que amizades verdadeiras são eternas, mesmo que elas demorem mais do que o necessário para uma simples troca de abraços.
Hoje, escrevendo esse texto, eu me lembrei de um trecho de uma crônica de Obery, que dizia assim: "... quando olhei pela janela, para um céu claro, onde nesgas de nuvens de algodão estavam praticamente paradas, parecendo não haver vento para tangê-las, parecendo, até, que ele, o vento, acordara com preguiça, como eu. Curiosamente, levantei-me e fui para outra janela, olhar o mar". Lindo demais...
Mais fotos do aniversário de Obery...
Edna Lopes, Obery Rodrigues e Raimundo Antonio
O escritor Ubiratan quando declamava uma poesia em homenagem ao aniversariante.
Obery ao lado de sua esposa, tendo ao fundo três de seus filhos.
Uma foto ao lado da janela onde se vê, ao fundo, o rio Potengi.
Giovanni (filho), eu e Obery.