Sodoma ou Gomorra?
Não me acho pessimista, mas às vezes sinto uma vontade boba de gritar para poder ser ouvida, de poder falar e que não seja ao léu, de tirar do meu peito essa sensação de impotência, como se alguém me amarrasse para eu não consertar o mundo; e quem sou eu, para consertar o mundo? Fico querendo falar de coisas tristes, de fome brava, falar sobre flores murchas, de saudades dos amores dos tempos idos e vividos, ou também de tempos muito feios... Vem na lembrança uma coisa vaga que eu não sei bem o que pode ser; talvez menina, tenha ouvido alguém contar... Será a seca terrível do nordeste? 1954... Pode ser... Eu era mesmo menina. Rios secaram, morria gente, morria gado, tudo se acabou e começou o êxodo, a ilusão de que no sul seria tudo melhor e assim foi por muito tempo.
Depois eu penso em coisas muito boas, que aquele lugar é diferente agora, que ninguém precisa mais ir embora, pois ainda tem seca, mas tem também gente forte, pensamento firme, que irriga, que produz, luta , alimenta a todos com o que nasce ali. O deserto não é o mesmo agora, que a vida flui e produtores corajosos formaram grandes polos espalhando prodigalidade por lá.
O que me parece mais estranho é que o caos se estabelece por aqui e vai se globalizando.Tragédias, terremotos, tsunames, usinas atômicas e armas nucleares a ameaçar a humanidade; a falta de chuva arrebenta com uma parte da rica região sul. Nos grandes centros já não se tem mais paz, milhões de mortes por quase nada, no trânsito, nas ruas as multidões se acotovelando e cada um querendo o seu espaço; mais carros que habitantes em alguns lugares, a poluição sonora, a ambiental e a das almas.
A impunidade é como um grande toldo sobre todos os criminosos deste país e do mundo... Meu Deus, o caos de agora é infinitamente maior do que naqueles tempos. E não tem nada a ver com pessimismo e sim, constatação da mais pura e gritante realidade.
Socorro, gente do mundo inteiro! Vamos parar as guerras, as queimadas, o vilipêndio do ser humano, os ataques a criancinhas, os absurdos que se fazem com os animais, as baladas regadas a drogas, pois estamos repetindo Sodoma e Gomorra e daqui a mil anos mais ou menos, se sobrar alguma coisa, será um documento contando sobre a estátua de sal da nossa era.
Não me acho pessimista, mas às vezes sinto uma vontade boba de gritar para poder ser ouvida, de poder falar e que não seja ao léu, de tirar do meu peito essa sensação de impotência, como se alguém me amarrasse para eu não consertar o mundo; e quem sou eu, para consertar o mundo? Fico querendo falar de coisas tristes, de fome brava, falar sobre flores murchas, de saudades dos amores dos tempos idos e vividos, ou também de tempos muito feios... Vem na lembrança uma coisa vaga que eu não sei bem o que pode ser; talvez menina, tenha ouvido alguém contar... Será a seca terrível do nordeste? 1954... Pode ser... Eu era mesmo menina. Rios secaram, morria gente, morria gado, tudo se acabou e começou o êxodo, a ilusão de que no sul seria tudo melhor e assim foi por muito tempo.
Depois eu penso em coisas muito boas, que aquele lugar é diferente agora, que ninguém precisa mais ir embora, pois ainda tem seca, mas tem também gente forte, pensamento firme, que irriga, que produz, luta , alimenta a todos com o que nasce ali. O deserto não é o mesmo agora, que a vida flui e produtores corajosos formaram grandes polos espalhando prodigalidade por lá.
O que me parece mais estranho é que o caos se estabelece por aqui e vai se globalizando.Tragédias, terremotos, tsunames, usinas atômicas e armas nucleares a ameaçar a humanidade; a falta de chuva arrebenta com uma parte da rica região sul. Nos grandes centros já não se tem mais paz, milhões de mortes por quase nada, no trânsito, nas ruas as multidões se acotovelando e cada um querendo o seu espaço; mais carros que habitantes em alguns lugares, a poluição sonora, a ambiental e a das almas.
A impunidade é como um grande toldo sobre todos os criminosos deste país e do mundo... Meu Deus, o caos de agora é infinitamente maior do que naqueles tempos. E não tem nada a ver com pessimismo e sim, constatação da mais pura e gritante realidade.
Socorro, gente do mundo inteiro! Vamos parar as guerras, as queimadas, o vilipêndio do ser humano, os ataques a criancinhas, os absurdos que se fazem com os animais, as baladas regadas a drogas, pois estamos repetindo Sodoma e Gomorra e daqui a mil anos mais ou menos, se sobrar alguma coisa, será um documento contando sobre a estátua de sal da nossa era.