Sacanagem
Caricatura do poeta feita
por Ziraldo
Divinópolis, 30.09.2011
Edson Gonçalves Ferreira
Escutei o mendigo dizendo: _ Me passa o cobertor que tô cum frio. Fazia o calorão danado. Para os pobres não existem as estações do ano. Tudo é inverno. Não há sol, não há, nem estrelas. Somente a escuridão da fome, do frio... Fiquei estarrecido. Eles estavam, ali, em plena praça, no meio dos mais luxuosos restaurantes. E comiam restos de comida que o restaurante descartava. Lá dentro, vinhos e champagnes estouravam!
De dentro do meu carro, senti-me culpado por compartilhar com eles de um mundo tão injusto. Deus é onisciente e onipresente, mas não age ou não reage diante desse inferno. Talvez, porque fomos expulsos do paraíso. Não entendi até hoje esse negócio, porque Deus para mim é pura misericórdia. Inferno é vivenciar tudo isso.
Mendigo, pobre, trabalhadores mais humildes são invisíveis. Nós não temos santidade alguma e nem hombridade. Você sabe como se chama a pessoa que dá faxina na porta da sua casa? Você, por acaso, já perguntou como se chama o atencioso carteiro que lhe entrega as suas correspondências. Eta, sacanagem que existe no sistema.
O papa passeia de papa-móvel; os presidentes passeiam em carros blindados e tem gente que passeia se arrastando. Sou mineiro, pior divinopolitano, interiorano e, assim, uai, num dou conta da miséria intelectual deste mundo. Não tem santidade alguma, só sacanagem. O ex-presidente aposentou-se pela falta de um dedo e tem gente que não tem uma perna toda e nunca vai se aposentar, pode?
Só pra terminar, porque crônica tem que ter início, meio e fim, eu lhe pergunto: _ Existe coisa pior que ser invisível? Jesus, nos seus mandamentos disse: "Amai ao próximo como a ti mesmo". Alguém faz isso, faz? Acho que ainda vou enlouquecer mais ainda. Sim, porque dizem que como poeta já sou doido, se sou é por causa da humanidade que grita dentro de mim. Qualquer hora, eu explodo. E você que leu essa crônica minha, reaja e comece a ver, porque enxergar todo mundo enxerga, mas ver, verdadeiramente, é uma "dificultez"!
Escutei o mendigo dizendo: _ Me passa o cobertor que tô cum frio. Fazia o calorão danado. Para os pobres não existem as estações do ano. Tudo é inverno. Não há sol, não há, nem estrelas. Somente a escuridão da fome, do frio... Fiquei estarrecido. Eles estavam, ali, em plena praça, no meio dos mais luxuosos restaurantes. E comiam restos de comida que o restaurante descartava. Lá dentro, vinhos e champagnes estouravam!
De dentro do meu carro, senti-me culpado por compartilhar com eles de um mundo tão injusto. Deus é onisciente e onipresente, mas não age ou não reage diante desse inferno. Talvez, porque fomos expulsos do paraíso. Não entendi até hoje esse negócio, porque Deus para mim é pura misericórdia. Inferno é vivenciar tudo isso.
Mendigo, pobre, trabalhadores mais humildes são invisíveis. Nós não temos santidade alguma e nem hombridade. Você sabe como se chama a pessoa que dá faxina na porta da sua casa? Você, por acaso, já perguntou como se chama o atencioso carteiro que lhe entrega as suas correspondências. Eta, sacanagem que existe no sistema.
O papa passeia de papa-móvel; os presidentes passeiam em carros blindados e tem gente que passeia se arrastando. Sou mineiro, pior divinopolitano, interiorano e, assim, uai, num dou conta da miséria intelectual deste mundo. Não tem santidade alguma, só sacanagem. O ex-presidente aposentou-se pela falta de um dedo e tem gente que não tem uma perna toda e nunca vai se aposentar, pode?
Só pra terminar, porque crônica tem que ter início, meio e fim, eu lhe pergunto: _ Existe coisa pior que ser invisível? Jesus, nos seus mandamentos disse: "Amai ao próximo como a ti mesmo". Alguém faz isso, faz? Acho que ainda vou enlouquecer mais ainda. Sim, porque dizem que como poeta já sou doido, se sou é por causa da humanidade que grita dentro de mim. Qualquer hora, eu explodo. E você que leu essa crônica minha, reaja e comece a ver, porque enxergar todo mundo enxerga, mas ver, verdadeiramente, é uma "dificultez"!
Caricatura do poeta feita
por Ziraldo
Divinópolis, 30.09.2011