Alguém como você

Escutou uma voz que não lhe era estranha, deixou o metrô ir embora.

Subiu as escadas da estação, intrigada, era uma voz doce. Alguém que lhe desejava que dormisse bem.

Sentou no banco da estação e tentou curar seu nervosismo com um gole d’água. Quando pensou que estava bem, levantou-se.

Foi andando distraída por aquele terminal. Até que esbarrou com uma senhora e, ao levantar o rosto para desculpar-se, percebeu algo semelhante.

Suas pernas tremiam e mesmo assim, saiu correndo em meio a multidão.

Entrou no banheiro e lavou o rosto com água.

Seu coração batia acelerado e tudo o que sentia era um aperto, uma saudade. Não sabia explicar o que havia acontecido, quando uma moça ofereceu apoio, uma lágrima desceu dos seus olhos.

Encostou a cabeça no colo da desconhecida e disse o nome de sua mãe por uns instantes.

Aquela senhora era idêntica à ela.

Não sabia o que aquilo significava e nem ao menos se sua mãe tinha algo a lhe dizer. Mas sua mensagem de proteção, a lhe fez sentir confortada.

Foi andando confusa e com um olhar distante pela rua, pegou um táxi e aqueles momentos olhando as pessoas da rua pelo vidro do banco de trás, a fez querer sua mãe de volta.

Entrou no cemitério, foi ao túmulo de sua mãe. Fez uma oração. Derramou uma lágrima por cima da grama.

Sentia falta de ser ninada por ela, e queria escutar o seu tranquilo ”durma bem” todas as noites.

Feliz, disse pra sua mãe: -”Não se esqueça de mim”

Seguiu leve pela rua, pelo táxi, pela estação, pela vida. Aquele pra ela, foi um sinal de felicidade.

Por que tudo é vida, o fim é apenas uma questão de acreditar que um dia o amor termina.

Lucas Mezz
Enviado por Lucas Mezz em 29/09/2011
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