A MÁQUINA DO TEMPO
Criança tem cada idéia! Certa vez meu pequeno resolveu fazer a sua máquina do tempo, apesar da pouca idade, tinha na mente idéias geniais.
Logo vendo que as suas idéias eram geniais, resolvi comprar um pequeno laboratório e colocar nas dependências do fundo da casa. Este não perdeu tempo e sempre vivia lendo livros e manuais sobre experiências e, após várias leituras disse-me que tinha feito a máquina do tempo.
Não dei crédito aos seus falares, pois criança sempre gosta de inventar (assim como nós adultos que gostamos de inventar histórias) e pedi que fosse dormir, pois no outro dia tinha muito a fazer: escola requer tempo de estudo.
A noite maravilhosa passou e acordei com um certo barulho. Era estranho. Vinha das dependências do fundo da casa. Caminhei para lá. Lá estava o pequeno tirando o seu pequeno capacete e olhando-me assustado.
Olhei para o computador que estava ligado e depois novamente para ele. Não entendi nada. Questionei sobre o que estava acontecendo:
- Nada, papai.
Sabia que ele não falaria. Pedi que se preparasse que o levaria para a escola. Deixei-o na escola. Quando retornei o que fiz primeiro foi olhar atentamente o laboratório. Havia algumas alterações: determinados fios da mesa do laboratório estavam ligados ao computador. Estranhei, não havia deixado assim.
Mas esperei pacientemente por sua volta. Almoçou e logo depois já estava em seu pequeno laboratório. Entrou e fechou a porta. Fui para lá nas pontas dos pés e comecei a espiar da vidraça. O pequeno ligou as tomadas do laboratório, depois ligou o computador. Colocou um capacete com visor protetor e deu um click num programa. Rapidamente uma tela se abriu e um pequeno homenzinho começou a caminhar. Meu filho usava apenas a mão direita no teclado – as tais setas.
O tempo passou e duas horas depois a porta das dependências do fundo da casa foi aberta. Questionei se ele havia viajado naquela tarde.
- Claro, papai, encontrei-me com vários tipos de dinossauros.
- Mas como acontece isso?
- Eu fiz a máquina do tempo.
Bem, quem sou eu para falar não? Discutir pra quê?
Afinal, criança é criança!
03 de maio de 2003.