O BIZARRO: ACEITO E COMPREENDO
O B I Z A R R O: A C E I T O E C O M P R E E N D O
Coisa raríssima, mas pode acontecer, a qualquer um...
Se vejo uma vaca namorando um gambá macho, lógico; não me sinto impelido a discutir com ela, é seu direito; nem tão pouco tento dizer-lhe que um touro é o amante ideal.
Por isso afirmo que aceito e compreendo perfeitamente quem é completamente incompreendido e/ou incompreensível.
Se ela é feliz com o gambá, por que eu teria preocupação com este interlúdio?
Todos nós conhecemos no mínimo um relacionamento diferente. Não seria este que estaria fora do que se considera padrão.
Estatisticamente este acontecido não pressupõe tendência, nem uma rotina é tão somente uma excentricidade da vaca. Para ela, o gambá deve ser lindo, perfumado e adorável.
Razão por que não discuto com a vaca, com o gambá, nem com o touro, muito menos com qualquer sujeito, compenetradamente esquisito.
O intransigente Freud tentaria convencê-la a namorar um urubu; e o peculiar Pinel, impingiria a ela um tatu como parceiro; porém eu concluo que não tenho nada com isso e fico de fora.
Sou anti-discução, apenas tento me engajar no meio em que vivo.
A verdade é que o gambá por vezes inclina-se para o lado do pinto e a vaca fica na chapada, o que justifica os cornos do touro.
Qualquer concessão que este faça, seria negar-se a si mesmo o direito de se apaixonar por uma andorinha, por exemplo, ou uma bactéria.
Seria diferente se fosse um bêbado apaixonado por um poste, que é menos natural, porque existe a necessidade deste (poste), de encontrar seu complemento, no que concordo no incondicional; e não vejo nada de bizarro.
(janeiro/2008)