A RAZÃO DA VIDA.

Não se faz algo sem alguma razão e nada acontece sob o céu sem motivação; para o bem ou para o mal.

Esse divisor das boas conquistas e tragédias da humanidade aponta suas certeiras setas para o que ocorreu, ocorre e ocorrerá, o bem e o mal, o conhecido pêndulo da balança humanística maniqueista.

Todos de alguma forma contribuem para a construção do edifício social, uns vivem nos subterrâneos outros nas cumeadas, no topo da edificação.

Qual a diferença para habitação de lugares tão distintos, o subsolo, as sombras e suas marcas aterradoras e o topo com sua luz expandida e plena?

Só há um meio de estabelecer essa diversidade, a utilidade da vida. Mesmo aquele que espontaneamente, por caráter, se entrega à utilidade, de alguma forma servindo em sua vida, com denôdo, sempre acha que falta mais em doação de si mesmo, é só parar, meditar e analisar. Somos imperfeitos e muito, mas os que habitam os porões serão cada vez mais aprofundados nessa seara inóspita e infeliz para suas vidas, horríveis de serem visibilizadas.

Quem não é útil, e passou ou passa uma vida sem utilidade, ainda que para os mais próximos, nada recolhe de bom em sua jornada, só misérias e infelicidades. Chega ao final marcado por ruínas, tudo ao seu redor se mostra arruinado.

Esta é a missão de como não ser na vida, a conduta que não deve ser assumida, abraçada, mas ainda assim demonstra uma utilidade de ensinamento, a de como não devemos nos conduzir. Assim se vem ao mundo dar exemplo de como não ser. É missão, também, de ordem espiritual. É o perfil do qual todos devem se afastar, sob pena de arruinar-se quem assim se porta na vida, o que fica visível em unanimidade. Incorpora o não-ser.

Quem não pode ser útil para o próximo já não traz utilidade para si mesmo. Nada disso conhece, e faz questão de desconhecer. É algoz de si mesmo, como poderá ser bom para os outros? Se maltrata e maltrata seus próximos. Caminha sombriamente entre o abismo e a escura encruzilhada do egoísmo que leva às trevas. Seu ego, nem mesmo o “id”, através da vida anímica, consegue alertar.

Nada existe além de sua pequena vivência, menor, espremida entre o mal ladeado pela omissão e a recusa do amor.

A razão da vida é a utilidade, sem ela não há crescimento, e este se faz pela compreensão de que não existimos para nós mesmos, porém para a cadeia social da qual somos parte que não pode se dissociar do todo, sob pena de passarmos uma vida de sofrimentos, integralmente arruinada, sob todos os aspectos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 26/09/2011
Reeditado em 27/09/2011
Código do texto: T3242072
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