DESTINOS
Parcas eram três irmãs, Cloto, Átropos e Laquesis, que andavam juntas e se ocupavam em fiar e desfiar o destino dos mortais. Laquesis tinha a ocupação de marcar o número dos dias de vida que cabem a qualquer ser vivente. Átropos contribuía cortando o fio da vida humana, quando o momento é chegado.
O rei Enéas era casado com Altéia que teve um filho, Meleagro. Poucos dias após seu nascimento, a rainha recebeu a visita das três deusas que vieram avisar que seu filho teria o tempo de vida de uma madeira que estava na lareira. A mãe, inconformada e no desespero, desejando uma vida longa para aquele que nasceu, enfia a mão no fogo e retira a acha que foi apontada e a esconde. A criança , desconhecendo o destino traçado pelas deusas, vive uma infância feliz.
Certo dia, a deusa Diana, com raiva porque o rei Enéas não cumpriu uma promessa, solta um javali monstruoso que passou a atacar as florestas e os camponeses. O sossego do reino estava perdido e a morte se fazendo presente. O rei convoca os jovens e propõe que seja feita a caçada, ofertando prêmio para o valente que conseguisse matar o monstro. Seu filho havia se transformado em um belo e destemido rapaz. Busca seus companheiros e saem com a missão. No grupo havia uma linda jovem,Atalanta, filha de um rei da Alcádia, lugar vizinho. A jovem trajava-se como amazona, tendo um dos seios à mostra, como era costume da época e do lugar. Maleagro apaixonou-se à primeira vista e ela correspondeu. Enfrentando muitas dificuldades o grupo consegue abater o terrível javali. Entusiasmado e querendo demonstrar sua apreciação pela amazona, arranca a pele e a cabeça do animal e como troféu dá de presente à sua amada.
Os tios do jovem príncipe, também fazendo parte do grupo vitorioso, ficam indignados com o ato do sobrinho. Eles tomam das mãos da jovem o troféu, justificando que jamais poderia ser dado a uma mulher, embora ela fizesse parte do grupo de caça. Meleagro fica encolerizado com a desfeita, toma a espada e assassina seus dois tios. A tragédia familiar teria início.
Retorna o grupo ao reino de forma gloriosa. Sua mãe ao ver o retorno do filho, são e salvo, ficou contente. Sente falta dos dois irmãos. Ao tomar conhecimento do ocorrido, chora e ,num impulso e ato impensado, pega a acha guardada e a lança ao fogo. Seu filho morre queimado nos braços da amada e sua mãe comete suicídio. O destino estava cumprido. O jovem só conseguiu uma maior sobrevida com o consentimento das deusas.
Segundo os antigos, “nascimento, casamento e mortalha no céu se talha.” Era a crença de que as fases mais importantes e definitivas da vida ficavam seladas pelo destino e não se poderia evitar. Até que ponto os destinos são traçados? Defende-se a liberdade de escolha, mas será que a opção não está definida? Sempre escutei que do destino ninguém foge e que não se morre de véspera.
Trazemos nossa carga genética e a força do meio a nos moldar, mas será que não há determinação por trás de tudo isto? Há quem creia em fatalidade, acaso, ou que estamos aqui para cumprir uma missão e, como tal, não importa o quanto de vida, traduzida em anos, vivemos.Para mim é ainda um mistério. Tudo pode ser.
Por mais reflexões que se faça, por mais que se tome decisões, algumas até levadas por impulso, parece que pela fragilidade que temos em relação ao nosso corpo,aos riscos do viver, nas proteções e tipos de orientações que damos aos que nos são queridos, parece que o lema deverá ser : Viva o dia-a-dia enquanto Laquesis estiver esquecida de nós para nos retirar de cena. Fica a escrita de Mario Quintana, em seu Diário Poético: “ Mover-se com toda a liberdade dentro dos próprios limites...é a lição que nos transmitem os peixes num aquário.”
Parcas eram três irmãs, Cloto, Átropos e Laquesis, que andavam juntas e se ocupavam em fiar e desfiar o destino dos mortais. Laquesis tinha a ocupação de marcar o número dos dias de vida que cabem a qualquer ser vivente. Átropos contribuía cortando o fio da vida humana, quando o momento é chegado.
O rei Enéas era casado com Altéia que teve um filho, Meleagro. Poucos dias após seu nascimento, a rainha recebeu a visita das três deusas que vieram avisar que seu filho teria o tempo de vida de uma madeira que estava na lareira. A mãe, inconformada e no desespero, desejando uma vida longa para aquele que nasceu, enfia a mão no fogo e retira a acha que foi apontada e a esconde. A criança , desconhecendo o destino traçado pelas deusas, vive uma infância feliz.
Certo dia, a deusa Diana, com raiva porque o rei Enéas não cumpriu uma promessa, solta um javali monstruoso que passou a atacar as florestas e os camponeses. O sossego do reino estava perdido e a morte se fazendo presente. O rei convoca os jovens e propõe que seja feita a caçada, ofertando prêmio para o valente que conseguisse matar o monstro. Seu filho havia se transformado em um belo e destemido rapaz. Busca seus companheiros e saem com a missão. No grupo havia uma linda jovem,Atalanta, filha de um rei da Alcádia, lugar vizinho. A jovem trajava-se como amazona, tendo um dos seios à mostra, como era costume da época e do lugar. Maleagro apaixonou-se à primeira vista e ela correspondeu. Enfrentando muitas dificuldades o grupo consegue abater o terrível javali. Entusiasmado e querendo demonstrar sua apreciação pela amazona, arranca a pele e a cabeça do animal e como troféu dá de presente à sua amada.
Os tios do jovem príncipe, também fazendo parte do grupo vitorioso, ficam indignados com o ato do sobrinho. Eles tomam das mãos da jovem o troféu, justificando que jamais poderia ser dado a uma mulher, embora ela fizesse parte do grupo de caça. Meleagro fica encolerizado com a desfeita, toma a espada e assassina seus dois tios. A tragédia familiar teria início.
Retorna o grupo ao reino de forma gloriosa. Sua mãe ao ver o retorno do filho, são e salvo, ficou contente. Sente falta dos dois irmãos. Ao tomar conhecimento do ocorrido, chora e ,num impulso e ato impensado, pega a acha guardada e a lança ao fogo. Seu filho morre queimado nos braços da amada e sua mãe comete suicídio. O destino estava cumprido. O jovem só conseguiu uma maior sobrevida com o consentimento das deusas.
Segundo os antigos, “nascimento, casamento e mortalha no céu se talha.” Era a crença de que as fases mais importantes e definitivas da vida ficavam seladas pelo destino e não se poderia evitar. Até que ponto os destinos são traçados? Defende-se a liberdade de escolha, mas será que a opção não está definida? Sempre escutei que do destino ninguém foge e que não se morre de véspera.
Trazemos nossa carga genética e a força do meio a nos moldar, mas será que não há determinação por trás de tudo isto? Há quem creia em fatalidade, acaso, ou que estamos aqui para cumprir uma missão e, como tal, não importa o quanto de vida, traduzida em anos, vivemos.Para mim é ainda um mistério. Tudo pode ser.
Por mais reflexões que se faça, por mais que se tome decisões, algumas até levadas por impulso, parece que pela fragilidade que temos em relação ao nosso corpo,aos riscos do viver, nas proteções e tipos de orientações que damos aos que nos são queridos, parece que o lema deverá ser : Viva o dia-a-dia enquanto Laquesis estiver esquecida de nós para nos retirar de cena. Fica a escrita de Mario Quintana, em seu Diário Poético: “ Mover-se com toda a liberdade dentro dos próprios limites...é a lição que nos transmitem os peixes num aquário.”