Menina dos montes

Quando o Bonde passava ela corria pra varanda,na ansiosa espera de me alcançar com os olhos. Os meus,guardados,a ansiavam. Deslizando por sobre os montes,verdes tais quais a esperança. Eis que de repente,surgia a velha caisa de taipa. Todos olhavam curiosos,mas so eu observava. O rosto da minha menina se alegrava com um sorriso. O Destino da minha viagem,esquecido,transformava-se no paraiso. Mas eis que o Bonde depressa andava e,suas mãos calejadas se tornavam no horizonte um distante aceno de alguém que eu amei,sem nem saber que amava. Pois,nao lembro quantas viagens fiz a este percurso,nem tão pouco conto as noites que perdi ao relembra-lo. Mas recordo plenamente do rostinho da menina,e sinto tamanha falta desde que ja não mais o vejo. As viagens encerraram-se,como tudo nessa vida encerra-se. Nem mesmo o Bonde por la mas passa. Porém,o verde dos montes ainda me permanece guardado. Na verdade,sinto saudades mesmo é da felicidade.