ASTROS POPULARES DO CINEMA BRASILEIRO
Como, felizmente, sou da idade maior, e da maioridade, também, ainda vi – vivinhos da silva, com mães e pais se bulindo – quatro dos nossos astros do cinema brasileiro. No meu caolho modo de ver, os melhores ídolos populares da cinematografia tupiniquim. Os gajos eram muito bons, engraçados pra cachorro, a ponto de fazerem a gente rir às bandeiras despregadas.
Não estou a falar de personagens da Disneylândia, da patota do Chávez nem de outros bobocas, lá das Arábias. Com exceção de Chaplin, que foi divinal e piramidal, não boto no meio dos meus atores cômicos e infanto-juvenis preferidos nem o Gordo e o Magro. Cá para Deus e mundo, felizmente, me dou a preço. E, desde bicho miúdo, meu modesto gosto e pareceres políticos e oculares já eram pendentes para a horta do nacional.
Quatro ídolos do povo e mais ainda da meninada brasileira, em tempos que já se nos foram nas asas do vento. Coisa do arco-da-velha? Sim, e daí? Então vocês me gritam no pé do ouvido que Camões, Shakespeare, Cervantes e Dante Alighieri não prestam nem para pilar e deles fazer-se uma cachimbada? Pois digo que as obras desses gajos aí serão sempre novinhas, em folha. E, diga-se, folha ainda proclamando o verde num pé de mato.
Oscarito, Ankito, Grande Otelo e Mazzaropi, estes, sim, os lídimos representantes da alegria nacional. Digo, nas telas do cinema. Palmas para eles, que o quarteto merece. O resto... Não falo, aqui, dos astros e estrelas estilizados, globais, atores e atrizes urbanizados em Leblon e Copacabana. Procópio Ferreira, Paulo Gracindo, Bibi Ferreira, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, todos estes são pedra noventa; pertencem a outros cem mil réis. São de outra safra da genialidade nos palcos.
Caros trogloditas da celulose de importação, não confundam coisa profunda com bumbum. Quero esmurrar a mesa e gritar alto e em bom som que estou falando de quatro ases de bilheteria, de público graúdo e infantil, cabras alegres de pôr sorrisos no patamar do rosto de todos. Anotem aí, para o governo de todos, a saber: justamente, iiiiiiiso... Vocês acertaram na mosca, os quatro moicanos citados no parágrafo anterior. Grandes filmes dos quatro ídolos no lixo do esquecimento, enquanto o plim-plim come solto no ar.
Ora, macacos me engulam! Harry Potter, sei lá se vocês escrevem é assim. Não li, não vi nem gostei. Prefiro o velho Lobato de Taubaté. Avacalhação, gente. E o gosto atual? Tudo modismos pré-moldados pela mídia ianque, em revistas entreguistas, tipo Veja. Aff... Mídia alienista e cosmopolita que me dá é asco. Buchada insossa, inodora e insípida. Eca! Sou chato mesmo; mas nacionalista, jamais um tucano entreguista.
Mosquitos da Amazônia me roam a caveira toda, em pessoa, quando eu me for! Antes, olham lá o tal de ROCH IN RIO... Tem muito a ver-se na marmota. Õ meu pessoal, tire o time! Dá o fora e deixa de ser besta, meu povo brasileiro do futebol, das novelas e do carnaval. Vamos abrir o par de queijos com Noel, Nelson Cavaquinho, Cartola, Chico, o rapaz dos olhos de matagal.
Cantemos a plenos pulmões com Beth Carvalho, a rainha botafoguense. Botem gás nas vozes de João Nogueira, Lecy Brandão, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, mas tirando deste o lado ruim, este “Pagodinho”, que vem de PAGADE. Ora, que pagode, pô nenhuma, viva é o SAMBA. Mas o nosso, do morro, aquele nascido na briga em que um dos contendores puxou de uma lapa de peixeira e disse pro outro, principiando a teima: – Eu te futuco! – Num futuca! – Te futuco! – Num futuca!” E aí eclodiu o samba verde-amarelo. Nosso mesmo, nacional. Vejam se rock substitui o tango, na Argentina. Uma ova! Experimentem. Que m... de Rock in Rio, sor!
E todo carnaval que lá vem, aqui, no Nordeste, justo na aprazível Guaramiranga, do nosso Ceará Moleque – ah que serra linda, meus olhos! – uns apalermados botam no ar o tal de FESTIVAL DE JAZZ. Que titica de jazz, sor. Aqui o império devera ser é do samba, samba sem a lorota de pagode, povinho pacóvio, isto no dizer bonito de Guimarães Rosa.
Macacos me mordam na popa! Quero na telinha é Oscarito, Ankito, Grande Otelo e Mazzaropi, com tira-gosto de Chaplin... Pipocas na cuia, curumins deitados no chão, isto é que sim. Não essas titicas de celuloses da Disney. Arre égua!
Fort., 23/09/2011.