A vida feita sem esboço

Pegue uma folha em branco. Você vai precisar de caneta, lápis grafite e colorido, pincel e tinta guache de cores variadas. Caso haja mais alguma coisa que goste de usar em folha, pegue também. Mas nada de borracha! Nesse caso, os erros também são bem-vindos. Agora sente-se em um lugar confortável, de preferência aqueles que tenham vista para o mundo. Coloque todos os elementos ao redor de sua folha, de maneira com que seus olhos possam observar a todos. Feito isso, você está pronto(a), e já pode começar. Fique em silêncio, reflita, pense um pouco e pergunte-se: "O que tem para hoje?", e tudo, exatamente tudo o que pensar, desejar e querer deve colocar à folha. Você está desenhando o dia. Mais precisamente, o seu. Então, o que quer em seu dia? De que maneira? Com que coisas? Vai preferir um dia com sol ou com chuva? Cores ou a ausência das mesmas? Vá colocando tudo em sua folha, distribua por todos os lados aquilo que deseja viver. Não importa que seja impossível; faça, desenhe. Abuse do que quiser no que mais tem importância. Se necessário, rabisque, passe por cima, reforce, escreva. Não importa, o objetivo é fazer da forma que bem entender, como quiser. Você é o artista; tem o comando de tudo o que está em suas mãos, as formas lhe obedecerão, não tenha medo de fazer, todas essas coisas estão sob seu controle.

Feito isso, você já está preparado(a) para viver o seu dia.

E todos os outros, assim como este, podem e devem ser feitos da mesma maneira: à sua maneira. Basta disponibilizar um pouco do seu tempo para que possa fazê-los. Você é quem escolhe aquilo que quer viver, tudo o que está a seu alcance, sob seu comando, você poderá fazer do jeito que quiser. Enquanto puder ser feito estarão ali, esperando para ser. Enquanto puder ser mudado ficarão à espera de uma mudança. As coisas esperam para acontecer, esperam por você. Pelo momento em que você procurar por tudo o que não sabe mas que podem, sim, depender de suas escolhas. E dependem. Você opta pelo que pretende viver no decorrer dos dias e, também, em sua vida.

Se eles são sempre ruins, bons, na medida certa ou se nunca têm o que você realmente deseja, pegue seu papel e desenhe. Saia por essas ruas e por esse mundo todos os dias, desenhando o que quiser, bem à sua frente. Se não há cor, coloque. Se não há paz, rabisque o caos. Se está vazio, dê volume. Se está lotado, faça esconderijos, abra caminhos alternativos, crie as soluções. Se não há sol, pinte-o. Se quer os desenhos das nuvens, borre-as ao céu azul. Se quer pessoas, desenhe-as perto de você. Se quer coisas novas, coloque-as onde você possa alcançar. Se sobra espaços, preencha-os. Há tantas opções, maneiras e meios para se fazer tudo como você quer que seja, perfeito, mesmo quando só se tem uma folha preta. Dispense o uso da borracha porque as linhas tortas, as formas erradas, os desenhos indesejáveis servem de modelo para não ocorrer mais uma vez em sua próxima tentativa, no dia de amanhã. Assim como a insistência em coisas boas faz com que, depois de um tempo, você ganhe destreza, perfeição. Explore tudo aquilo que encontrar, teste, experimente, arrisque, não faça esboços, seja sempre preciso(a), tenha firmeza em suas mãos.

E assim, dessa forma, cada vez mais as coisas ficarão mais claras em sua cabeça. Cada vez mais você terá certeza de que pode tomar conta do que acontece em seus dias. Poderá perceber que só é preciso acreditar para que algo possa acontecer. E verá o quanto é prazeroso poder criar por conta própria o seu dia a dia, tendo a oportunidade de corrigir, acrescentar, anular, aumentar, diminuir e colorir sempre que necessário, quantas vezes quiser. É o seu dia, a sua folha, os seus desenhos, as suas cores; sua obra de arte. Trata-se da vida. E de como você quer que ela seja feita. Faça...

Tamires Marin
Enviado por Tamires Marin em 23/09/2011
Código do texto: T3235651
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