A ARTE DE MATAR
A ARTE DE MATAR
É incrível como a historia em seus anais nos premia com uma literatura de fartas interpretações da socialização do homem, a elaboração de leis, tribunais e, memoráveis julgamentos e a análise preambular da escolha do inimigo comum da sociedade, representada por todos aqueles que não se encontram na condição de súditos, políticos, familiares e amigos, clérigos e os cargos que compõe o poder punitivo do Estado, esses são os excluídos, o inimig comum do Estado, a escoria, a lama desprezível da sociedade e a todos eles, os rigores da lei sem clemencia, sem perdão, sem chance porque já nascem condenados por um sistema falho, falível e injusto, mais que determina quem será enclausurado, violentado ou mesmo morto. Punido porque é criminoso, porque puxou o gatilho, empunhou a espada ou mesmo tirou um pouco de quem tem muito para aplacar a sede ou a fome talvez em um mundo cada vez menos humanitário, menos caridoso ou complacente mais vivenciado por um suposta justiça que brada em nome da Lei, que também empunha os artifícios mortais cuidadosamente elaborados para matar e que outro nome daremos aos executores de pessoas assim como Troy Davis? Assassínios, ou mais que isso?
Vocês devem se lembrar da Historia de Roma ligada intrinsecamente ao Cristianismo, devem saber que Salomé pediu ao Rei a cabeça de João Batista exposta em uma bandeja. Ah! Com o mundo era cruel? Ou é. Não raramente somos surpreendidos nos países do Oriente Médio com mulheres apedrejadas e mortas em praça publica por uma turba enfurecida, somente porque o seu marido que não só tem ela como esposa mais muitas outras suspeitou de adultério. Isso é justo? Podemos eleger a justiça para justificar tal ato de selvageria? Os termos seriam igualitários, ele teria o mesmo fim por agir também de forma infiel para com a esposa? Obviamente que não?
Mais o certo é que os Romanos criaram a crucificação e dessa forma mataram o filho de Deus porque ele pregou o amor, o perdão e a verdade que os homens se negaram a ouvir. Ele foi levado, pedido e suplicado ao Rei porque os Sacerdotes o invejaram e não podiam ser como ele. Antes dele muitos outros que se insurgiam contra os poderosos tiveram igual fim de varias formas e como mais violenta fora a morte desses infelizes mais agradava ao povo. No fio da espada, na forca, na guilhotina, apedrejado, entregue a feras famintas, no pelotão de fuzilamento, na cadeira elétrica, na câmara de gás ou mesmo na tortura, e agora, a injeção letal, televisionada e assistida por seleto publico ao vivo que vibra e se delicia ante aos estertores daqueles que eles resolveram punir, tirar a liberdade, fazê-lo aguardar a morte e morrer todos os dias durante anos a fio, com um resto de esperança, de saber que ainda existiam pessoas capazes de sentir em seus corações pulsantes o amor ou ao menos em seus cérebros uma réstia de perdão e caridade que salvasse um homem que nem sequer sabiam ser culpado.
O que fizeram os juízes, os tribunais da suprema corte a não ser confirmar o relato policial e dessa forma todos eles tem nas mãos o sangue daqueles que executaram ao longo dos anos, em sua maioria, negros, latinos ou descendentes e todos irremediavelmente pobres, o inimigo comum criado por essa sociedade condenatória e punitiva que na ausência da arena de gladiadores, de cristãos subnutridos e feras famintas para tingir de sangue a nossa terra da dor daqueles que dão suas vidas em prol de um espetáculo pobre, ridículo e dantesco que a cada dia nos distancia mais de Deus e nos aproxima do caos, da revolta, do choro de todos envolvidos em um processo denominado como social, falência abrupta dos valores morais e do maior sentimento do mundo, o sentimento Cristão, os celebres ensinamentos, aquele que diz solenemente NÃO MATAR. Amar uns aos outros assim como eu vos amei...
Senhores, eu não sei mais o que dizer, mais uma execução para mim um assassinato cuja mão criminosa foi o próprio Estado que faz dessa forma o nosso planeta se inclinar perigosamente a um patamar chamado inferno.