Brasil, você tem a mim!
Brasil, você tem a mim!
CHICA CHICA BOOM CHIC... Momento Carmem Miranda!
Olá, tudo bem? Comigo sim, obrigado! Venho declarar a minha paixão pelo meu Brasil, porém, o Brasil não divulga o Brasil, o Brasil não foi ao Brasil, o tal brasileiro não viu o rosto brasileiro, muito menos os políticos e as loucuras que fazem nos cofres públicos, não é merecedor de tal terra abençoada. Do Brasil S.O.S ao Brasil! Eles matam o Brasil! Há sangue na bandeira nacional! Alguém notou isso? Dentro da nossa toca contém cinco quartos, cada qual, tem rostos diferentes, almas iguais e irmãos com sotaques distintos. A seguir abri-se a porta:
O que é que a Região Centro-Oeste do Brasil tem? Os rios Xingu, Jurena, Teles Pires, Paraguai, Araguaia, Paraná, Tocantins...; culturalmente: as cavalhadas e outras festas folclóricas; culinária: arroz com pequi, curau, capivara de caçarola, peixe na telha, quentão, pudim de banana da terra e outros sabores; no turismo: O complexo do Pantanal e Caldas Novas em Goiás. Surgiu de lá o grupo Legião Urbana.
O que é que o Nordeste do Brasil tem? As praias com suas belezas naturais, turismo histórico-cultural, de arquitetura da época colonial, no Recife, Olinda, Salvador e outros lugares; cultura: axé, xote, forró, xaxado, samba-de-roda, frevo e baião, nas festas típicas, destacam o bumba-meu-boi e as micaretas, mesmo com sua seca que atinge extensas áreas do sertão, trazendo pobreza e fome para os seus moradores, têm os rios São Francisco, Parnaíba, Jaguaribe, Capibaribe, etc. Nasceu lá o Tom Zé.
O que é que o Norte do Brasil tem? Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, com os rios Negro, Solimões, Xingu, Madeira, Juruá, Branco, Tapajós, Paru e Uamutã; no turismo: fauna, flora, cachoeiras, corredeiras... Há o mercado Ver-o-Peso, em Belém, Museu Paraense Emilio Goeldi também em Belém, Teatro da Paz e o Teatro de Amazônia; cultura: no passo de Marujada, cirandas; culinária: tacaca, açaí, pato no tucupi e maniçoba. Procedeu de lá o Jorge Edu.
O que é que o Sudeste do Brasil tem? São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e os rios Tietê, Paraná, São Francisco e Rio Grande. Concentra a maior parte da população brasileira, com isso, certos problemas, por exemplo, desemprego, poluição, trânsito, falta de moradia, violência urbana e desigualdade social; cultura: de origem Portuguesa, diversos imigrantes, entre eles os italianos e japoneses, outra forte influência é indígena e africana na música e na culinária. Nasceu lá o Milton Nascimento.
O que é que o Sul do Brasil, tem? Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, rios Uruguai, Itajai, Jacuí, Pelotas; turismo histórico-cultural, com lugares de período da colonização italiana e alemã; cultura: fortemente influenciada pela cultura dos países europeus, com música e culinaria marcadas por traços alemães e italianos, com arroz carreteiro ou pinhão, chimarrão, churrasco, base de camarão, o marreco com repolho roxo, barreado e carneiro no buraco. Berço de Elis Regina.
Eu sei! O mundo é excessivo de extensão, contudo, quero bem meu Brasil, brasileiro. Primeiramente, perdoa-me, por não acrescentar mais objetos abstratos dentro de seus devidos quartos, é tanta abundancia. Quero conviver em todos os quartos, dormir junto com o melhor da cultura, almoçar o que vier do cardápio. Afinal, amo-o ou deixo-o? Amo! Também sei os vastos problemas sociais nossos, do mesmo modo, lá no vizinho tem os seus, meu camarada, larga de ser alineado e iludido. Minha nacionalidade é brasileira, meu cadáver é brasileiro, meu sangue e alma igualmente. E certas vezes desisto sim, e outras não, depende do caso, é claro! Enfim, não permito ninguém, nem a Deus, nem à ciência, ou nem ao destino, ou coisa e tal, morrer sem bater às portas desse meu lar, se acaso não der, que minha próxima reencarnação repita nessa moradia, pela nostalgia. E para você que faz parte da linha de montagem do capitalismo esculpido pelo vizinho, pare agora, cultive onde tu vives, pois, não fará nem mais nem menos “moderninho”, e sim, descobrirá o seu “eu” e os habitantes da toca, toma como nota: As paredes tem ouvido e todos os lares tem sua ovelha negra.
Inspirado na canção de “Querelas do Brasil” de Aldir Blanc e Mauricio Tapajós, interpretado por Elis Regina. Por: Lucas Expedito (O essencial da Palavra é esmerar a vida!).